Economia

Autoridades do Fed preferem cautela a falar sobre mais estímulos

O Fed cortou as taxas de juros para perto de zero em dezembro de 2008 e já comprou 2,3 trilhões de dólares em títulos para impulsionar o crescimento

O crescimento econômico ocorre "moderadamente", segundo o Fed (Karen Bleier/AFP)

O crescimento econômico ocorre "moderadamente", segundo o Fed (Karen Bleier/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2012 às 23h55.

Marrietta - Formuladores de política monetária do Federal Reserve (banco central norte-americano) sinalizaram nesta segunda-feira pouco apetite pela adoção de mais medidas para estimular o crescimento da economia norte-americana, que ganha força de forma gradual.

"Com minha visão atual, acho que nossa postura política ainda é a mais adequada para promover melhorias constantes na produção e no emprego e para manter os preços estáveis", afirmou a presidente do Fed de Cleveland, Sandra Pianalto, a um grupo de empresários.

Votante no painel de definição de política monetária do Fed neste ano, Pianalto é vista como moderada, alinhada com um grupo de formuladores de políticas liderado pelo chairman, Ben Bernanke, e que preferem uma abordagem mais ativista rumo à aceleração de uma recuperação vagarosa.

O presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, disse, por sua vez, que a recuperação econômica está ganhando impulso, e que o banco central não deve agir de forma precipitada.

Crítico habitual de estímulos agressivos, Fisher afirmou em entrevista a uma emissora de TV que o Fed deveria aguardar mais evidências conclusivas de que a recuperação vai persistir, antes de se decidir pelo próximo passo a ser tomado.


Enquanto Fisher não vê sinais de pressões inflacionárias "dramáticas", o presidente do Fed de St. Louis, Jame Bullard, apontou para a apertada capacidade global, que ele afirmou estar colocando alguma pressão sobre a inflação norte-americana.

Os comentários deles sugerem, em geral, que pode haver um limite alto para a flexibilização e que formuladores de políticas provavelmente veriam uma piora acentuada na recuperação antes de dispararem uma nova rodada de estímulo monetário.

O Fed cortou as taxas de juros para perto de zero em dezembro de 2008 e já comprou 2,3 trilhões de dólares em títulos para impulsionar o crescimento. Notícias recentes dão conta de que contratações superam o previsto, o que levou muitos analistas a projetar que o Fed terá de elevar os juros mais cedo do que no fim de 2014, data indicada anteriormente.

Mas o chairman Bernanke afirmou na semana passada que o ritmo relativamente modesto do crescimento norte-americano tem poucas chances de diminuir a taxa de desemprego dos atuais 8,3 por cento, e que outras medidas de estímulo continuarão sendo opção.

O Fed prevê a divulgação nesta terça-feira de trechos de sua reunião de março, e que poderão oferecer uma visão mais apurada sobre se o banco central norte-americano está considerando a adoção de mais medidas para impulsionar o crescimento ou não.

O próximo encontro de formuladores de políticas do Fed será realizado em 24 e 25 deste mês.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemMercado financeiroPaíses ricos

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados