Presidente do BCE: Mario Draghi disse que as discussões recentes sobre moedas era "inapropriada, infrutífera e autodestrutiva" (Alex Domanski/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 08h11.
Moscou/Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE) e duas autoridades alemãs de política monetária rejeitaram nesta sexta-feira a pressão política sobre o rumo da taxa de câmbio do euro antes da reunião de ministros das Finanças do G20.
Falando antes da reunião em Moscou, o presidente do BCE, Mario Draghi, disse que as discussões recentes sobre moedas era "inapropriada, infrutífera e autodestrutiva".
O presidente do Bundesbank, banco central alemão, Jens Weidmann, uma voz forte no Conselho de Administração do BCE, disse acreditar que o euro não está sobrevalorizado e que o BCE não irá mudar a política monetária com base apenas no impacto sobre a inflação.
"Todo esse debate que tem sido realizado nas últimas semanas é inadequado ou infrutífero. Em todos os casos, é autodestrutivo", disse Draghi em discurso de abertura em uma conferência de imprensa após reunião com autoridades do banco central russo.
Draghi havia dito na quinta-feira que o BCE iria monitorar o impacto econômico do fortalecimento do euro, alimentando as expectativas de que isso poderia abrir a porta para um corte da taxa de juros.
"O mandato do BCE é perseguir a estabilidade de preços em ambas as direções a médio prazo", disse. "A taxa de câmbio não é uma meta política, mas a taxa de câmbio é importante para o crescimento e estabilidade de preços", acrescentou.
A inflação na zona do euro caiu para o menor nível em dois anos, a 2 por cento em janeiro --próximo da meta do BCE de levemente abaixo de 2 por cento.
Pressão
Mas ambos Weidmann e Joerg Asmussen, integrante alemão do Conselho Executivo do BCE, que forma o núcleo do Conselho da autoridade monetária, disseram que o BCE não terá como alvo a taxa de câmbio.
"Eu não acho que Mario Draghi estava tentando levar o euro para cima ou para baixo", disse Weidmann sobre comentários do presidente do BCE na última quinta-feira, acrescentando que o banco central "vai abster-se de manipular ou diretamente colocar a taxa de câmbio como um alvo." Asmussen disse o seguinte à rádio alemã Deutschlandfunk: "Nos últimos dias, o Grupo das Sete nações mais industrializadas deixou claro que a taxa de câmbio deve ser estabelecida pelo mercado e que não temos meta para ela, e isso vale para nós do BCE também."