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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O brusco ajuste na taxa básica de juros, definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em 9,50% ao ano, "não se justifica", de acordo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Ele disse que "a decisão superestima a alta da inflação, que permanece dentro da meta, e pode ter efeitos negativos mais permanentes sobre a produção".
Segundo ele, o aumento de 0,75 ponto percentual nos juros terá efeito limitado no controle da pressão inflacionária, provocada pelos preços dos alimentos que estão subindo em todo o mundo.
O presidente da CNI disse que a indústria não contribui para as pressões inflacionárias, e salientou que o setor vem recuperando a sua capacidade de produção abalada pela crise econômica de forma gradual.
Na avaliação de Monteiro Neto, o Brasil precisa criar condições para que o ciclo de elevação dos juros, iniciado hoje, seja o mais breve e menos intenso possível. Segundo ele, "é imprescindível coordenar as políticas monetária e fiscal, de forma a enquadrar a meta de inflação sem maiores danos ao setor produtivo e ao investimento privado".
A magnitude do aumento dos juros também foi criticado pelo presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Logistas, Roque Pellizzaro Júnior. Ele disse que a decisão do Copom "deixa o varejo brasileiro de luto" e acrescentou que o aumento não levou em consideração a sazonalidade do momento.
Pellizzaro afirmou que "o comércio esperava a sensibilidade" do Copom quanto à manutenção da expansão econômica que o país vinha apresentado e que "agora poderá sofrer abalos".