Economia

Aumentar tributos prejudica recuperação da economia, diz Skaf

O presidente da Fiesp reuniu-se com Henrique Meirelles para sugerir medidas que possam compensar o aumento de tributos

Paulo Skaf: para o presidente da Fiesp, num momento em que as empresas estão debilitadas, com o desemprego ainda alto, um eventual aumento de tributos põe em risco a recuperação da economia (Valter Campanato/Agência Brasil)

Paulo Skaf: para o presidente da Fiesp, num momento em que as empresas estão debilitadas, com o desemprego ainda alto, um eventual aumento de tributos põe em risco a recuperação da economia (Valter Campanato/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de março de 2017 às 21h53.

O aumento de tributos num momento de tentativa de retomada do crescimento será nocivo para a economia, disse hoje (27) o presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

Ele reuniu-se no fim da tarde com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para sugerir medidas que possam compensar o aumento de tributos.

O anúncio do governo deve ser feito na próxima quarta-feira (29).

"Fui tentar demonstrar ao ministro a importância de um momento como esse, em que os empresários estão se esforçando para retomar o crescimento do país. Seria nocivo, contraditório e muito ruim aumentar impostos. No Brasil, já existe uma alta carga tributária", declarou Skaf ao sair do encontro.

De acordo com Skaf, num momento em que as empresas, não apenas a indústria, estão debilitadas, com o desemprego ainda alto, um eventual aumento de tributos põe em risco a recuperação da economia.

"O desemprego está muito grande. Temos 12 milhões de desempregados. Nossa grande luta é buscar retomar o crescimento. Um aumento [de tributos] seria ir na contramão do curso", acrescentou.

Como alternativa para o aumento tributário para cobrir o rombo de R$ 58,2 bilhões do Orçamento deste ano, Skaf sugeriu intensificar o contingenciamento (bloqueio de verbas de gastos não obrigatórios).

"Ao longo do ano, as coisas podem melhorar, e a arrecadação aumentar", explicou. O presidente da Fiesp também sugeriu a venda de controles acionários de empresas estatais e lembrou que a arrecadação será ajudada pelo leilão de concessão de hidrelétricas que voltarão ao controle da União.

Segundo Skaf, o ministro ouviu atentamente as sugestões, mas não deu respostas.

"Agora, a decisão é do governo e nós, como sociedade, vamos ficar na expectativa de que o bom senso impere e que o governo encontre alternativas para resolver essa questão desses quase R$ 60 bilhões que surgiram de déficit."

Em relação à reversão da desoneração da folha de pagamento, que pode ser anunciada por Meirelles nesta semana, Skaf disse que a Fiesp não entende a medida como aumento ou criação de imposto.

"Essa área não é criação de imposto. É um ajuste no sentido de onde tem opção [de pagar a contribuição para a Previdência pelo faturamento], deixar de ter opção. Aliás, uma opção que nem todos os setores [da economia] têm. Isso é diferente de criar imposto e aumentar alíquota", comentou.

Acompanhe tudo sobre:FiespHenrique MeirellesImpostosMinistério da Fazenda

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs