Economia

Aumentam as apostas de uma nova rodada de cortes na Selic

Curvas de juros futuros de curto prazo devem cair nesta quarta-feira, refletindo a nota do BC divulgada na noite de terça

BANCO CENTRAL: há espaço para mais cortes na Selic? / REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

BANCO CENTRAL: há espaço para mais cortes na Selic? / REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2020 às 06h43.

Última atualização em 4 de março de 2020 às 07h07.

São Paulo — A decisão do banco central americano (Federal Reserve, Fed) de reduzir os juros em 0,5 ponto percentual (p.p.), na terça-feira, 3, elevou as apostas de uma nova rodada de cortes da taxa básica no Brasil. Investidores esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a Selic — que hoje está no menor patamar histórico, em 4,25% ao ano — na reunião que acontecerá nos dias 17 e 18 de março.

A expectativa ganhou força com o comunicado do Banco Central, emitido após o pregão, de que “as próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa dos efeitos do surto de coronavírus na trajetória de inflação no horizonte relevante de política monetária”. Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, a nota sugere cortes “mais agressivos” na Selic.

“Projetamos agora um ciclo de 100 pontos bases de corte, começando com um corte de 50 e depois mais um de 50 ou dois de 25. Isso irá fazer a SELIC ficar em 3,25% este ano contra uma expectativa de IPCA nossa de 3,40%, podendo ser assim a primeira vez que temos taxas reais negativas no país”, escreveu o especialista.

Com isso, é de se esperar que haja uma nova queda das curvas futuras de juros no pregão desta quarta-feira, 4. Até então, a probabilidade de um corte de 0,25 p.p. na reunião de março era de 76% ante 40% na sessão anterior, segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, em entrevista à Agência Estado.

Os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro 2021 encerraram o pregão de terça em 3,875% ante um patamar de 3,96% da sessão anterior. Por sua vez, os contratos para janeiro 2022 fecharam em 4,30% ante 4,36%.

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