Economia

EUA se unem com outros países e suspendem voos do Boeing 737 MAX

Além dos EUA, Egito, Líbano, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Austrália e a Agência Europeia também proibiram operações da aeronave

Boeing 737: suspensão de operações da aeronave acontece em massa (Willy Kurniawan/Reuters)

Boeing 737: suspensão de operações da aeronave acontece em massa (Willy Kurniawan/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de março de 2019 às 09h38.

Última atualização em 13 de março de 2019 às 17h35.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 13, que seu país também decidiu manter em terra os modelos 737 MAX 7 e 8 da Boeing, após um acidente no domingo com uma dessas aeronaves da empresa no domingo na Etiópia. Segundo Trump, a Boeing é uma "grande empresa", mas a decisão já foi comunicada a companhias e a pilotos.

"Emitiremos uma ordem de proibição de emergência com relação a todos os voos dos 737 MAX 8 e 737 MAX 9. A segurança dos americanos e de todos os passageiros é a nossa principal prioridade", disse Trump à imprensa na Casa Branca, assegurando que a decisão será aplicada imediatamente.

O diretor da fabricante de aviões, Dennis Muilenburg, disse apoiar a decisão do governo americano de manter as aeronaves em solo, mas afirmou ter "confiança total" na segurança da aeronave.

Ele disse ter recomendado à Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) que a frota global deveria ser suspensa preventivamente como um cuidado extra.

A companhia mantém seus esforços "para entender a causa dos acidentes, em parceria com os investigadores, aprimorar a segurança e ajudar a garantir que isto não aconteça novamente".

O órgão regulador do setor nos Estados Unidos informou que "novas evidências" reunidas no local da queda da aeronave na Etiópia, no domingo, 10, bem como dados de satélites motivaram a decisão de suspensão de todos os voos de aeronaves da família Boeing 737 MAX.

"A agência tomou esta decisão como resultado do processo de coleta de dados e novas evidências coletadas no local e analisadas hoje [quarta-feira]... Juntamente com dados de satélite refinados", informou a FAA no Twitter.

Além dos EUA, Egito, Líbano, Austrália e Emirados Árabes Unidos se juntaram à onda de suspensões de todos os voos de aviões do modelo Boeing 737 MAX em seus respectivos espaços aéreos, após o acidente ocorrido na Etiópia do último dia 10 no qual morreram 157 pessoas. Agência Europeia para a Segurança da Aviação Civil também proibiu os voos da aeronave.

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação Civil advertiu que as "causas exatas" de um acidente com uma aeronave 737 MAX, operada pela companhia aérea Indonesian Lion Air em outubro, no qual morreram 189 pessoas, ainda são investigadas.

As Autoridades de Aviação Civil do Egito anunciaram que, a partir de hoje, impedirão a presença do modelo de fabricação americana no "espaço aéreo e em todos os aeroportos egípcios", segundo a agência estatal "Mena", que acrescentou que a companhia Egyptair não conta com nenhum Boeing 737 MAX.

Esta é uma "medida de prevenção" e não estipula o tempo de suspensão do modelo no Egito, segundo a nota.

No Líbano, o diretor da Autoridade de Aviação Civil do Aeroporto Internacional Rafik Hariri de Beirute, Mohamad Chehabedin, também anunciou hoje que "os aparatos de tipo Boeing 737 MAX estão proibidos, de agora em diante, de aterrissar no aeroporto e de utilizar o espaço aéreo libanês", segundo uma circular emitida pela agência estatal libanesa "ANN".

Além disso, em janeiro de 2010, um avião da Ethiopian Airlines caiu em frente ao litoral do Líbano por erros de pilotagem e causou a morte de 90 pessoas, a maioria delas libanesas.

A Autoridade Geral de Aviação Civil dos Emirados Árabes, por sua vez, emitiu na noite passada um comunicado, difundido através da agência estatal "WAM", na qual anunciava a suspensão da operação da aeronave a partir de hoje e "até segundo aviso" como "medida de precaução para proteger a segurança pública" dos passageiros e do pessoal aéreo.

Mesmo assim, o governo dos Emirados e seu órgão de aviação civil asseguraram que continuarão cooperando "estreitamente" com as autoridades dos Estados Unidos e da Boeing para "monitorar e avaliar" os problemas do avião que caiu na Etiópia a fim de "obter mais informação sobre o acidente", segundo a "WAM".

Atualmente, apenas uma companhia emiratense conta com uma frota de Boeing 737 MAX dentro do país, FlyDubai, que anunciou hoje através de sua página do Facebook que "alguns voos para os próximos dias foram cancelados" e que, a partir de agora, operará com a nova geração de aviões Boeing 737-800.

Assim, já são quatro os países do Oriente Médio que proibiram os voos da aeronave da fabricante americana depois que ontem o sultanato de Omã fez o primeiro anúncio na região.

Modelo parecido

As autoridades da Tailândia anunciaram nesta quarta-feira a suspensão por motivos de segurança dos voos operados com o avião Boeing 737 MAX 9, um modelo parecido com o da aeronave que se acidentou no domingo.

A Autoridade de Aviação Civil da Tailândia detalhou em comunicado que nenhuma companhia aérea nacional conta com os Boeing 737 MAX 8 - o modelo que caiu na Etiópia - em sua frota, mas, por motivos de segurança, suspendeu os serviços de três Boeing 737 MAX 9, uma versão maior da aeronave que sofreu a catástrofe.

Os três Boeing 737 MAX 9 pertencem à companhia Thai Lion Air, empresa vinculada com a companhia aérea de baixo custo da Indonésia Lion Air, que em outubro de 2018 também sofreu um acidente com um dos aviões da fabricante americana.

A suspensão se tornará efetiva amanhã, quinta-feira, e permanecerá vigente pelo menos até o dia 20 de março.

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