Economia

Atraso portuário equivale a imposto de 13% para exportadores

No caso de produtos manufaturados, produzidos pela indústria, o atraso pode representar custo de um imposto de cerca de 30% para os exportadores e importadores


	Exportações e importações: citando estudos internacionais, o professor da EESP-FGV afirmou que, atualmente, metade do comércio global é feito dentro de blocos comerciais
 (Arquivo)

Exportações e importações: citando estudos internacionais, o professor da EESP-FGV afirmou que, atualmente, metade do comércio global é feito dentro de blocos comerciais (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 13h12.

São Paulo - O atraso no embarque de produtos nos portos brasileiros tem o custo equivalente a um imposto adicional de 13% e, no caso dos importadores, de 14,2%.

Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que, se estes atrasos fossem reduzidos em 40%, geraria uma economia de US$ 33 bilhões por ano, levando em conta os efeitos da burocracia sobre os custos das empresas.

A informação foi destacada pelo professor da Escola de Economia de São Paulo (EESP-FGV) Lucas Ferraz, no Fóruns Estadão Exportação, realizado nesta quinta-feira, 10, na sede do grupo Estado, na capital paulista.

Segundo Ferraz, no caso de produtos manufaturados, produzidos pela indústria, o atraso pode representar o custo de um imposto de cerca de 30% para os exportadores e importadores.

"Um dia de atraso pode significar um gasto de 0,6% a 2,1% da carga comercializada, sendo 60% maior no caso de produtos manufaturados", afirmou o especialista.

Comércio internacional

Citando estudos internacionais, o professor da EESP-FGV afirmou que, atualmente, metade do comércio global é feito dentro de blocos comerciais.

Para que isso fosse possível, foi necessário um extenso processo de redução de tarifas alfandegárias, que teve início em 1947.

"Outra pesquisa aponta que 85% dos ganhos possíveis com redução de tarifas de importação já foram obtidos", disse.

Isso explica, segundo Ferraz, por que grandes negociações globais para redução adicional de tarifas, como a Rodada de Doha na Organização Mundial de Comércio (OMC), estão emperradas.

O especialista destacou, no entanto, a aprovação, em 2013, do Acordo de Bali, que pretende facilitar o comércio internacional e que não lida diretamente com redução de tarifas.

"Os ganhos esperados são de US$ 1 trilhão, especialmente em países em desenvolvimento, onde a produtividade deve aumentar mais que nos países desenvolvidos", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorEmpresasFGV - Fundação Getúlio VargasImportaçõesOMC – Organização Mundial do Comércio

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs