Economia

Ata reforça que há riscos à condução da política monetária

O documento destacou que a política monetária tem impacto sobre a economia com defasagens longas, variáveis e incertas


	Copom: os membros do comitê concordaram, de acordo com a ata, que houve uma melhora perceptível do cenário macroeconômico
 (Adriano Machado / Reuters)

Copom: os membros do comitê concordaram, de acordo com a ata, que houve uma melhora perceptível do cenário macroeconômico (Adriano Machado / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2016 às 10h50.

Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu avanços no combate à inflação, mas destacou na ata publicada nesta terça-feira, 26, que, mesmo com a melhor condução da política de juros, a inflação ainda deve oscilar em torno da meta - que é de 4,5% para 2016, 2017 e 2018.

O documento alega que por causa da "substancial incerteza associada a projeções de inflação nos horizontes relevantes" para a condução da política monetária, com a incidência de choques favoráveis e desfavoráveis na economia ao longo do tempo, como é natural, é de se esperar que, "mesmo sob condução apropriada da política monetária, a inflação realizada oscile em torno da meta."

Por isso, argumentam os membros do Copom, o colegiado precisa procurar conduzir a política monetária de modo que suas projeções de inflação, inclusive no cenário de mercado, apontem inflação na meta nos horizontes relevantes.

Isso não ocorre neste momento, já que a projeção do BC para o IPCA está em 6,75% para este ano (nos dois cenários) e em 5,30% no cenário de mercado para 2017 - no de referência, está em 4,5%.

A ata reforçou que há riscos inerentes à condução da política monetária. O documento destacou que a política monetária tem impacto sobre a economia com defasagens longas, variáveis e incertas.

Os membros do comitê concordaram, de acordo com a ata, que houve uma melhora perceptível do cenário macroeconômico e que os indicadores recentes mostram perspectiva de estabilização da atividade econômica no curto prazo.

"Essa perspectiva é corroborada pela melhora de alguns indicadores prospectivos da atividade econômica", escreveram os membros do Copom.

Em relação à inflação, os membros concordaram que houve progressos. "Entretanto, a desinflação em curso tem procedido em velocidade aquém da almejada", reforçaram, como já tinham sinalizado em outro trecho do documento. 

O BC acredita que haja perspectiva de progresso nesta área, o que é corroborado pela queda das expectativas de inflação para 2017 e 2018.

Ontem, o Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das projeções para o IPCA de 2018 está em 4,5%, exatamente no centro da meta. Já para 2017, a estimativa caiu levemente de 5,30% para 5,29% de uma semana para outra.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomInflaçãoJurosMercado financeiroPolítica monetária

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo