Economia

Ata do Fed: "período prolongado" pode durar mais

WASHINGTON - O Federal Reserve poderia manter as taxas de juros em níveis ultra baixos por mais tempo que o previsto pelos investidores caso as perspectivas econômicas piorem ou a inflação caia, sugeriu nesta terça-feira a ata da última reunião do banco central norte-americano. O documento, divulgado nesta terça-feira, mostrou uma persistente preocupação com as […]

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2010 às 18h07.

WASHINGTON - O Federal Reserve poderia manter as taxas de juros em níveis ultra baixos por mais tempo que o previsto pelos investidores caso as perspectivas econômicas piorem ou a inflação caia, sugeriu nesta terça-feira a ata da última reunião do banco central norte-americano.

O documento, divulgado nesta terça-feira, mostrou uma persistente preocupação com as projeções para a economia dos Estados Unidos, e os formuladores de política monetária indicaram que não estão com pressa para elevar o juro básico.

As autoridades acreditam que sua promessa de manter as taxas em patamares baixos por um "período prolongado" não constrangeria o banco central caso ele sentisse a necessidade de apertar as condições monetárias.

"A duração da citação de período prolongado para a política monetária pode alongar-se por mais algum tempo e pode até ser ampliada se as perspectivas econômicas piorarem ou se a tendência inflacionária parecer estar declinando ainda mais", disse a ata.

"Tal direção não limitaria a capacidade do comitê (de política monetária) de iniciar o aperto monetário prontamente."

Na reunião de março, o Fed manteve o juro básico norte-americano inalterado, na faixa entre zero e 0,25 por cento, e reiterou sua promessa se assim deixá-lo.

O presidente do Federal Reserve de Kansas City, Thomas Hoenig, novamente votou contra, mostrando-se favorável a um compromisso mais flexível de sustentação das taxas em níveis baixos "por algum tempo", informou a ata.

De modo geral, a avaliação do Fed sobre as condições econômicas ficou aquém das expectativas. Os membros expressaram preocupação com a fraqueza renovada no mercado imobiliário e com o desemprego persistentemente alto.

Eles viram ameaça ao gasto do consumidor por conta de um círculo vicioso produzido por um fraco mercado de trabalho. 

"Os participantes concordaram que o gasto das famílias mais à frente provavelmente vai se manter contraído pelas fracas condições do mercado trabalhista, pela saúde debilitada do segmento imobiliário e por um modesto crescimento da renda", disse o documento.

O Fed classificou as pressões inflacionárias como contidas e disse que elas provavelmente vão permanecer assim, enquanto notou que as expectativas para aumento de preços estão "razoavelmente" bem ancoradas.

Diante desse cenário, alguns membros do Fed indicaram que o risco de um aperto monetário muito cedo é maior que o de esperar demais. Essas autoridades sentiram que o ritmo do aperto monetário pode ser acelerado caso necessário, embora o Fed tenha pouco espaço para afrouxar a política monetária ainda mais.

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