Economia

Ata do Copom vê risco elevado para estabilidade global

Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo


	Copom: o Comitê ressalta que "em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade não tem correspondido às expectativas"
 (Elza Fiúza/ABr)

Copom: o Comitê ressalta que "em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade não tem correspondido às expectativas" (Elza Fiúza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 11h14.

Brasília - A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira, 5, repete praticamente na íntegra o parágrafo da ata anterior que trata da análise do setor externo, ao afirmar que, desde sua última reunião, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados.

Ou seja, apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo.

Entretanto, o Copom reafirma que "há avanços localizados nas economias maduras, não obstante permanecer limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalecer cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos.

O Comitê ressalta que "em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade não tem correspondido às expectativas, em que pese a resiliência da demanda doméstica".

O Comitê destaca também as evidências de acomodação dos preços de commodities nos mercados internacionais, bem como de maior volatilidade e de tendência de apreciação do dólar dos Estados Unidos."

EUA

A ata destaca que, nos EUA, os indicadores econômicos recentes permanecem positivos e que a taxa de desemprego recuou em julho, embora ainda esteja em nível elevado.


Também avalia que indicadores econômicos mais recentes para a região do euro apontam para a manutenção do crescimento no terceiro trimestre. O Comitê diz ainda que "a recuperação da economia mundial se mantém em ritmo moderado, ressaltando-se a aceleração nas economias avançadas."

No parágrafo seguinte, o Copom afirma que "os mercados financeiros operaram sob intensa volatilidade, em meio às incertezas associadas à antecipação da redução dos estímulos monetários por parte do Federal Reserve (Fed)".

A ata cita a elevação adicional nos rendimentos anuais dos títulos de dez anos do Tesouro dos EUA. "Nesse ambiente, o dólar valorizou-se em relação às moedas de economias emergentes, notadamente as de África do Sul, Brasil, Índia, Indonésia e Turquia; enquanto recuou na comparação com o euro, a libra esterlina e o iene."

Petróleo

A ata destacou que o preço do barril de petróleo do tipo Brent apresentou aumento desde a última reunião, atingindo US$116, por causa de maiores riscos geopolíticos, e ressaltou

"Cabe ressaltar que a complexidade geopolítica que envolve o setor do petróleo tende a acentuar o comportamento volátil dos preços, que é reflexo, também, da baixa previsibilidade de alguns componentes da demanda global e do fato de o crescimento da oferta depender de projetos de investimentos de longa maturação e de elevado risco", enfatizaram os diretores.

Desde a última reunião do Copom, os preços internacionais das commodities agrícolas decresceram 0,7% e os das metálicas aumentaram 6,6%, segundo a ata. Por sua vez, o Índice de Preços de Alimentos, calculado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), variou -3,3% em doze meses até julho de 2013.

Acompanhe tudo sobre:CopomJurosPaíses emergentes

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto