Economia

Ata do Copom deve indicar próximos passos do BC sobre juros

Corte da Selic na semana passada teria sido o último do ciclo, mas inflação baixa indica espaço para mais flexibilidade

Banco Central: em decisão supreendente, Copom eleva Selic de 2,00% para 2,75% (Adriano Machado/Reuters)

Banco Central: em decisão supreendente, Copom eleva Selic de 2,00% para 2,75% (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 06h34.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2020 às 07h03.

São Paulo — A avaliação sobre os rumos da política monetária brasileira ganha novas pistas nesta terça-feira, 11. O Banco Central divulga às 8 horas a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira, 4.

O corte da Selic, de 4,5% para 4,25%, teria sido o último do ciclo, segundo o BC. A decisão da semana passada levou o Brasil a um até pouco tempo impensável cenário de juro real abaixo de 1%. Mas há quem veja espaço para que a taxa, já em mínima histórica, caia ainda mais.

No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 10, o mercado reduziu a estimativa para a inflação em 2020 pela sexta vez seguida, de 3,40% para 3,25%. O dado já reflete a surpresa com o IPCA de janeiro, que saiu na sexta-feira, 7, e foi o menor para o mês desde o Plano Real, puxado por uma queda rápida do preço da carne.

A tensão do coronavírus, a queda do preço das commodities que o Brasil exporta e o baixo diferencial do juro brasileiro frente ao juro americano, que diminui a nossa atratividade ao capital estrangeiro, tem contribuído para um dólar em patamares altos. Na segunda-feira, a moeda americana fechou o dia a 4,32 reais. A projeção do Focus, por ora, é que a moeda termine o ano a 4,20 reais.

Ainda assim, não há expectativa de que o dólar alto faça a inflação disparar, como era comum no passado. Além da queda do risco-país, o principal motivo é que ainda segue alta a ociosidade na economia. Por enquanto, os especialistas do Focus mantiveram previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,30% — mas já ocorrem revisões para baixo da expectativa de crescimento em 2020. Para o ano que vem, da mesma forma, a expectativa se manteve em 2,50%.

Saber o que o BC espera para estes indicadores é informação valiosa para o mercado, o que deve fazer da ata do Copom um dos principais assuntos ao longo do dia.

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