São Paulo – Desde o início de março, a crise no Chipre se agravou. Outros países da zona do euro se preocupam com um possível contágio e a população começa a sentir os reflexos da situação financeira no dia a dia. Com isso, o comércio muda seu comportamento, os moradores fazem fila para tirar dinheiro do banco, e os líderes europeus se reúnem em busca de soluções. Confira algumas imagens que resumem a situação econômica no Chipre.
Representantes da União Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) fecharam um acordo com o governo do Chipre para socorrer seu sistema financeiro. O plano prevê a injeção de 10 bilhões de euros. A reunião que aconteceu entre o domingo, dia 24 de março, e a segunda-feira, dia 25 de março, precisou ser adiada e teve atraso de duas horas para começar. A complexidade do assunto fez com que o encontro entrasse a madrugada. A imagem mostra Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, e Olli Rehn, da comissão de assuntos financeiros da Europa, em coletiva de imprensa para anunciar o acordo alcançado para salvar a economia do Chipre.
Antes do acordo do Eurogrupo, quando depósitos bancários de qualquer valor ainda corriam risco de ter uma parte confiscada compulsoriamente, a população começou a temer e encontrou uma maneira muito simples de se proteger: tirar o dinheiro dos bancos. Como as instituições bancárias ainda estavam fechadas, a solução foi procurar dinheiro nos caixas eletrônicos. Além de acabar dinheiro em boa parte deles, era fácil encontrar filas nas máquinas espalhadas pelas cidades. Com o acordo, o confisco ainda acontecerá, mas será menor do que previsto inicialmente.
Com medo de não receber pagamentos, uma série de estabelecimentos comerciais no Chipre passaram a aceitar apenas dinheiro e nada de cartões, especialmente de crédito. Diante da mudança, para não desestimular o consumo, alguns lugares passaram a oferece um desconto para pagamento em espécie, que chegou a 10% em alguns casos.
Temendo uma corrida aos bancos, as instituições financeiras do país ainda permanecerão fechadas e as filas no caixa devem continuar por algum tempo. O feriado bancário já deveria ter sido encerrado, mas continua. Ainda nesta segunda-feira, dia 25 de março, clientes de alguns bancos encontram nos sites das instituições páginas de aviso sobre a impossibilidade de realizar transações financeiras, inclusive pela internet. A imagem mostra o aviso do site do Laiki Bank, um dos que está na situação mais crítica no país.
As possíveis medidas para salvar a economia do Chipre preocupa a população, que vai às ruas pedir para que os outros países da União Europeia “tirem as mãos do Chipre”. Desde o início do agravamento da crise, quase todos os dias são marcados por protestos no país.
Angela Merkel, chanceler da Alemanha, tem sido muito criticada pelos cipriotas. A Alemanha vem pressionando o Chipre por soluções rápidas, antes que outros países da zona do euro sejam contaminados pela crise. Com isso, a imagem de Angela Merkel tem sido frequente em charges em jornais europeus e em protestos da população cipriota.
No auge das dúvidas sobre o rumo da economia cipriota, o líder da influente Igreja Ortodoxa do Chipre, o arcebispo Chrysostomos II (foto), colocou os recursos da Igreja à disposição do país para ajudar a retirá-lo da crise financeira. Segundo o religioso, se fosse necessário, a igreja estaria disposta a hipotecar os seus ativos para investir em títulos do governo.
9. Agora veja outro país com problemas nas finançaszoom_out_map