Moedas de Real (jasastyle/Thinkstock)
João Pedro Caleiro
Publicado em 2 de setembro de 2017 às 08h00.
Última atualização em 2 de setembro de 2017 às 08h00.
São Paulo - A semana que passou trouxe boas notícias da economia brasileira nas áreas de mercado de trabalho, atividade econômica e preços de ativos.
Os dados foram comemorados pelo governo de Michel Temer, que conta com a retomada do crescimento para se fortalecer politicamente.
Veja o que aconteceu na semana que passou:
Queda do desemprego
Na quinta-feira (31), o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil caiu de 13% nos três meses até abril para 12,8% nos três meses até julho.
O resultado ficou abaixo da expectativa de 13% captada em pesquisa da Reuters e mostrou tanto queda no número absoluto de desempregados quanto alta na população ocupada.
Na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2016, houve queda de 2,9% no emprego no setor privado com carteira assinada enquanto o emprego sem carteira subiu 5,6%.
Ou seja, a volta do emprego ainda está muito calcada na informalidade e no trabalho por contra própria, além da dinâmica salarial não estar fortalecendo (ainda) a retomada.
"Ainda se demite pessoas com salários elevados e contrata-se pessoas com salários baixos. No caso da indústria, essa relação é bem mais grave. Mesmo com o saldo positivo do volume de emprego (...) ainda há retirada líquida de recursos da economia. A tendência, entretanto, é de entrarmos 2018 com esse saldo positivo", diz nota sobre PIB assinada por Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.
Alta do PIB
O IBGE anunciou na sexta-feira (01) que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,2% no 2º trimestre em relação ao 1º, sobrevivendo à renovação da crise política sem uma nova queda.
Houve alta de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado, o primeiro resultado positivo nessa medida após 12 trimestres de tombos.
O número principal é menos vigoroso do que no começo do ano, mas a dinâmica de recuperação ficou mais espalhada e consistente.
"Esperamos que a recuperação cíclica se torne mais visível e entrincheirada na segunda metade do ano", diz a nota de Alberto Ramos, chefe de pesquisa de América Latina do Goldman Sachs.
Isso levou analistas a revisar para cima as previsões de crescimento em 2017. Veja as mudanças:
Antes | Depois | |
---|---|---|
GO Associados | 0,5% | 0,6% |
MB Associados | 0,3% | 0,7% |
Ibre/FGV | 0,6% | 0,7% |
Goldman Sachs | 0,7% | 0,9% |
Recordes na Bolsa
O avanço no PIB levou euforia ao mercado e fez com que o Ibovespa chegasse aos 72 mil pontos, maior patamar alcançado pelo índice desde novembro de 2010, quando registrou 72.109 pontos. O Risco País fechou em 193 pontos, a menor taxa do governo Temer.
A Bolsa já vinha em uma boa onda: o volume financeiro médio diário da Bovespa interrompeu dois meses de queda em agosto e subiu 37,7% ante julho, a maior alta desde novembro do ano passado.
Agenda
A semana que vem também será de sinalizações importantes. Na manhã da quarta-feira (06), o IBGE divulga os números de inflação em agosto, e no fim da tarde do mesmo dia, o Copom divulga sua decisão sobre a taxa de juros.
A expectativa é de novo corte de 1 ponto percentual levando a taxa dos atuais 9,25% para 8,25%, cada vez mais próxima da sua baixa histórica de 7,25%.