Economia

Arrecadação federal sobe 10,67% e tem melhor fevereiro desde 2015

Entre os fatores extraordinários que impulsionaram as receitas, destacou-se a maior alíquota de PIS/Cofins sobre combustíveis

Arrecadação: só com parcelamento especial de dívidas tributárias foi arrecadado 1 bilhão de reais em fevereiro (iStock/Thinkstock)

Arrecadação: só com parcelamento especial de dívidas tributárias foi arrecadado 1 bilhão de reais em fevereiro (iStock/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 23 de março de 2018 às 15h23.

Brasília - A arrecadação do governo federal registrou alta real de 10,67 por cento em fevereiro sobre igual mês do ano passado, a 105,122 bilhões de reais, respondendo à retomada da atividade econômica e a medidas extraordinárias adotadas pelo governo para impulsionar as receitas.

Este foi o melhor resultado para fevereiro desde 2015, quando a arrecadação somou 106,985 bilhões de reais, em dado também corrigido pela inflação, informou a Receita Federal nesta sexta-feira.

Entre os fatores extraordinários que impulsionaram as receitas, destacou-se a maior alíquota de PIS/Cofins sobre combustíveis, após elevação promovida pelo governo em julho do ano passado. Em fevereiro, a arrecadação desse item somou 2,334 bilhões de reais, sobre 1,089 bilhão de reais um ano antes.

Só com parcelamento especial de dívidas tributárias foi arrecadado 1 bilhão de reais em fevereiro, movimento impulsionado pelo Refis. No mesmo mês de 2017, foram apenas 319 milhões de reais nesta linha.

A arrecadação com Imposto de Renda Pessoa Jurídica/Contribuição Social sobre Lucro Líquido subiu 16,06 por cento sobre um ano antes, acréscimo de 2,068 bilhões de reais, indo a 14,952 bilhões de reais.

Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias, tammbém houve recolhimento atípico em fevereiro de 1,4 bilhão de reais "decorrente de operações envolvendo ativo de empresas", impactando o IRPJ/CSLL no mês. Ele, contudo, não deu mais detalhes sobre as companhias e sobre as operações em questão.

Considerando apenas as receitas administradas pela Receita Federal, a alta na arrecadação foi de 10,52 por cento em fevereiro sobre igual etapa do ano passado. Sem o efeito dos fatores não recorrentes, a alta seria de 7,36 por cento, informou a Receita. O governo prevê arrecadação mais forte este ano justamente pela reação da economia, que deve crescer 3 por cento neste ao, após ter avançado 1 por cento em 2017.

Mesmo assim, o próprio governo optou pela cautela ao bloquear na véspera mais 2 bilhões de reais do Orçamento em função dos riscos fiscais e maiores despesas previstas para o ano.Para 2018, a meta de déficit primário é de 159 bilhões de reais para o governo central, sendo que importantes medidas para assegurar seu cumprimento, como a privatização da Eletrobras, ainda precisam de aprovação no Congresso Nacional.

Acompanhe tudo sobre:Impostosreceita-federal

Mais de Economia

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula

Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 321,4 bi na economia do país este ano, estima Dieese

Haddad se reúne hoje com Lira para discutir pacote de corte de gastos