Prédio da Receita Federal: em relação a junho, houve um aumento de 7,34% na arrecadação. O desempenho da arrecadação no mês passado é o mais baixo para o mês desde 2010 (Divulgação/Receita Federal)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2015 às 16h02.
Brasília - Pelo quarto mês consecutivo a arrecadação da Receita Federal voltou a cair refletindo a crise na economia brasileira.
As receitas com o pagamento de impostos e contribuições federais somou R$ 104,868 bilhões, o que representou uma queda real (com correção pela inflação) de 3,13% na comparação com igual mês de 2014.
Em relação a junho, houve um aumento de 7,34% na arrecadação. O desempenho da arrecadação no mês passado é o mais baixo para o mês desde 2010.
A arrecadação veio dentro do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de R$ 98,600 bilhões a R$ 108,392 bilhões, e acima da mediana de R$ 103,900 bilhões.
Nos primeiros sete meses da nova equipe econômica de Dilma Rousseff, a arrecadação federal somou R$ 712,076 bilhões, um recuo de 2,91% na comparação com o mesmo período de 2014. O valor é o menor para o período desde 2010.
A crise econômica também fez com que as empresas pagassem R$ 12,579 bilhões a menos de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) nos sete primeiros meses do ano. Os dois tributos incidem sobre o ganho das empresas.
Um movimento verificado nesse cenário econômico adverso é que as incertezas na economia levaram as empresas a adotar um movimento defensivo, deixando de pagar impostos.
Nos primeiros sete meses de 2015, a arrecadação da Receita com IRPJ e CSLL apresentou queda real de 9,51%.
O total arrecadado no período foi de R$ 119,740 bilhões, segundo números divulgados nesta terça-feira, 18, pela Receita. Em julho, a queda de arrecadação do IRPJ e CSLL somou R$ 2,377 bilhões, o correspondente a 11,69%.
A arrecadação do PIS e da Cofins, tributos que funcionam como um termômetro da atividade econômica, atingiu R$ 4,915 bilhões, o equivalente a um aumento de 3,15%.
Desonerações
Nos primeiros sete meses do ano, o governo abriu mão de arrecadar R$ 62,630 bilhões por causa das desonerações tributárias, um aumento de 11,76% em relação ao mesmo período de 2014.
Em julho, as desonerações concedidas pelo governo totalizaram R$ 7,748 bilhões, valor que equivale a uma renúncia fiscal 3,34% inferior à registrada em igual mês de 2014, que chegou a R$ 8,016 bilhões.
A desoneração de folha de pagamento custou R$ 1,866 bilhão em julho e R$ 13,062 bilhões nos sete primeiros meses do ano.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tenta aprovar projeto de lei que aumenta a carga tributária das empresas desoneradas pela folha de pagamentos.
Reforço
A Receita contou com um reforço adicional e uma arrecadação extra de R$ 2,337 bilhões em julho. Sem essas receitas extraordinárias, o resultado da arrecadação seria ainda pior. Entre janeiro e julho deste ano, as receitas extraordinárias somam R$ 10 bilhões.
Em julho, sem as receitas extraordinárias, a arrecadação federal é de R$ 102,531 bilhões. Já para o acumulado do ano, o resultado seria de R$ 702,076 bilhões.
A arrecadação federal foi a pior desde 2010, tanto para o mês de julho quanto para os primeiros sete meses do ano.