Economia

Arquitetos responsabilizam Fifa por atraso nas obras para 2014

Brasília - Em carta aberta ao presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, Ricardo Teixeira, que também preside a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o vice-presidente do Sindicato Nacional da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), Leon Myssior, responsabilizou a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e o COL pelos problemas que causaram o atraso nas obras dos […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Em carta aberta ao presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, Ricardo Teixeira, que também preside a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o vice-presidente do Sindicato Nacional da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), Leon Myssior, responsabilizou a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e o COL pelos problemas que causaram o atraso nas obras dos estádios nas 12 cidades onde serão disputados os jogos da Copa. 

O documento é uma resposta à acusação de Ricardo Teixeira de que os projetos arquitetônicos seriam os gargalos que estariam atrasando as obras. Myssior diz que a Fifa e o COL são responsáveis pelos atrasos por terem pedido inúmeras alterações nos projetos para atender acordos comerciais com fornecedores e parceiros.

"Esta informação [que culpa os projetos pelos atrasos] não é apenas incorreta, mas também temerária, na medida em que lança sobre os arquitetos uma suspeição de incapacidade técnica, francamente em oposição à qualidade dos projetos e à flexibilidade no atendimento das exigências ao longo dos últimos 18 meses, marcados por indefinições por parte da Fifa e de constantes mudanças por parte do Comitê Organizador Local (COL)", afirmou Myssior na carta.

Ele citou como exemplo dessas mudanças a exigência, definida na segunda quinzena de abril, do aumento do tamanho das placas de publicidade - que antes poderiam ter entre 90 centímetros e 1 metro de altura, e passaram a ter, obrigatoriamente, 1 metro - e a distância destas em relação aos limites do gramado.

Aparentemente desimportantes, de acordo com o arquiteto, essas modificações alteram consideravelmente a geometria das arquibancadas e a visibilidade dos espectadores, provocando, segundo os autores dos projetos, alteração em praticamente todos os desenhos já entregues (alguns, inclusive, licitados). "É certo que uma alteração dessa importância traz implicações evidentes nos cronogramas de entrega dos projetos", disse.

Além disso - acrescenta o vice-presidente do Sinaenco - "a maioria dos atrasos no início das obras dos estádios tem relação muito mais com questões outras, como a indefinição em relação à modelagem de financiamento - se diretamente pelo poder público, por concessão ou por intermédio de parcerias público-privadas (PPPs) - das reformas/construção dos estádios, do que com o desenvolvimento dos projetos".

Coordenador do Fórum Time dos Arquitetos da Copa, Leon Myssior diz ainda na sua carta que os escritórios brasileiros de arquitetura responsáveis pelos projetos dos estádios da Copa de 2014 "têm se empenhado em desenvolver soluções que contemplem as exigências da Fifa, conciliem soluções arquitetônicas criativas e eficientes, sob todos os pontos de vista: estético, funcional e de sustentabilidade [econômica e ambiental]".

Todos, sem exceção, conforme a carta do arquiteto, criaram equipes de trabalho específicas para o desenvolvimento desses projetos, "que apresentam qualidade arquitetônica elevada e têm obtido repercussão positiva até em publicações internacionais".

Myssior conclui afirmando que "o Brasil é, hoje, uma referência mundial em tecnologia de projetos esportivos, graças à qualidade dos nossos arquitetos, à capacidade de mobilização e ao espírito empreendedor desses profissionais. Esperamos que, em breve, essa expertise abra as portas para a exportação de projetos brasileiros".

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