Economia

Armínio Fraga diz que aceitaria convite para Fazenda em 2018

Armínio, que foi cotado para a função de ministro da Fazenda de Temer, preferiu não dizer o que faria diferente.


	Ex-ministro da Fazenda Armínio Fraga: Ele era nome certo para a pasta caso Aécio Neves (PSDB-MG) tivesse vencido em 2014.
 (Sergio Moraes/Reuters)

Ex-ministro da Fazenda Armínio Fraga: Ele era nome certo para a pasta caso Aécio Neves (PSDB-MG) tivesse vencido em 2014. (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 22h58.

Buenos Aires - O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse depois de uma palestra em Buenos Aires nesta segunda-feira, 19, que aceitaria comandar a Fazenda caso se repetisse o convite feito pelo PSDB na última eleição presidencial. Ele era nome certo para a pasta caso Aécio Neves (PSDB-MG) tivesse vencido em 2014.

Questionado pelo Estado, ele riu antes e depois de responder: "Aceitaria, mas não sei quem vai ganhar a eleição, se vou ser convidado... Este tipo de pergunta é inconveniente e não agrega nada ao seu leitor."

Armínio afirmou durante sua apresentação que um programa de metas de inflação deve ser acompanhado de um regime fiscal. Em seguida, fez uma avaliação positiva das "várias frentes" que ele julga terem sido abertas pelo governo de Michel Temer nesse sentido.

"Uma é o lado fiscal do Brasil, que foi destruído recentemente. Há propostas importantes no Congresso. Outra é uma coisa mais geral, que visa aumentar a eficiência da economia brasileira, mobilizar capital para infraestrutura. Vemos uma série de medidas complementares ao cumprimento da meta, que no fundo dão credibilidade a esse esforço", afirmou.

Armínio, que foi cotado para a função de ministro da Fazenda de Temer, preferiu não dizer o que faria diferente. "Não existe um caminho único. Mas eu diria que os elementos gerais existem, é uma questão de executar o plano."

Instigado a fazer um paralelo entre Brasil e Argentina, que deve colocar o sistema de metas de inflação em vigor, ele se disse otimista quanto aos dois países. Os argentinos devem fechar o ano com uma inflação anual próxima de 40%.

"O presidente do BC argentino já indica uma inflação de 1% por mês. O que tenho visto aqui aponta na linha do que eu creio que nós precisamos no Brasil. Eles chegaram há menos tempo. Esses assuntos vêm sendo discutidos no Brasil desde sempre. Tenho a sensação de que os líderes atuais farão um esforço na direção correta", afirmou.

Na palestra de 23 minutos, ele lembrou sua experiência no comando do BC entre 1999 e 2002. Em inglês, afirmou que durante o processo parte dos bancos não sobreviveu à ausência da inflação e que seu grupo temeu a voltar à indexação. Na manhã desta terça-feira, 19, será a vez do atual titular do BC, Ilan Goldfain, falar nas Jornadas Monetárias e Bancárias, organizadas pelo governo argentino. (Rodrigo Cavalheiro)

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