Economia

Argentina vai ao FMI. Novas medidas serão suficientes?

Nesta terça, o ministro da Fazenda argentino se encontrará com a presidente do FMI para apresentar um novo pacote de reformas fiscais

ARGENTINA: grupo se manifesta contra cortes em ministérios / REUTERS | Marcos Brindicci

ARGENTINA: grupo se manifesta contra cortes em ministérios / REUTERS | Marcos Brindicci

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 06h44.

Última atualização em 4 de setembro de 2018 às 07h16.

A Argentina vai aos Estados Unidos para mostrar que tem feito o dever de casa. Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, se encontrará com a presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, para apresentar um novo pacote de reformas fiscais, e atualizar a situação do país.

O balanço “obrigatório” ocorre por conta de um empréstimo realizado pelo FMI, em junho deste ano. O plano era que 15 bilhões de dólares seriam enviados ao país sul-americano no início do ano e, ao todo, serão 50 bilhões de dólares em três anos. Mas o recrudescimento da crise argentina forçou o governo de Mauricio Macri a pedir mais recursos imediatamente.

Segundo o governo argentino, a primeira parcela foi usada para reforçar as verbas orçamentárias e as reservas do Banco Central argentino. Já a segunda remessa, terá“caráter precatório”. A moeda de troca, porém, já foi “aplicada”. Ontem, o governo argentino anunciou o corte de nove dos atuais 19 ministérios, que serão absorvidos por outras pastas (Macri havia ampliado o ministério quando assumiu o governo).

Os Ministérios da Energia, Trabalho, Agronegócio, Saúde, Turismo, Meio Ambiente, Ciência e Cultura se converterão em secretarias de Estado, segundo comunicado que não especificou o que acontecerá com Mario Quitana e Gustavo Lopetegui, que atualmente desempenham a função de vice-presidentes do gabinete e coordenadores da equipe econômica.

O governo também anunciou a aplicação de um novo imposto sobre as exportações e o corte de gastos para reduzir seu déficit fiscal. Com estas medidas, o governo busca eliminar o déficit primário fiscal de 2019 e mitigar a inflação alta e a recessão que abalam o país.

Os empréstimos, sob o ponto de vista do presidente argentino, Mauricio Macri, são essenciais para conter a crise do país. O peso desvalorizou mais de 50% em relação ao dólar desde o início do ano, e cálculos mostram que a inflação de 2018 pode chegar a 28%. O juro básico argentino terminará este ano em 45% ao ano, ante os atuais 40% e 23% da previsão anterior agência de classificação de risco S&P, e a expansão será de 1,5% do PIB do país neste ano, ante 2,8% do prognóstico anterior.

O peso desvalorizou mais 4% ontem, mas a avaliação de investidores é que apenas nesta terça-feira o mercado dará uma resposta mais incisiva sobre se está satisfeito com as novas movimentações argentinas. Ontem foi feriado do Trabalho nos Estados Unidos, o que limitou o volume de negociações. Macri e seus aliados, portanto, começam a terça-feira de dedos cruzados.

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