Economia

Argentina pede repúdio contra declaração de juiz dos EUA

Governo convocou forças políticas a repudiar declaração de Thomas Griesa, que alegou que o plano do país para o pagamento local de sua dívida é ilegal


	Chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich: juiz merece "repúdio de caráter coletivo"
 (Getty Images)

Chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich: juiz merece "repúdio de caráter coletivo" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 11h17.

Buenos Aires - O governo da Argentina convocou nesta sexta-feira as forças políticas a "repudiar" a declaração "imperial" do juiz americano Thomas Griesa, quem afirmou que o plano do país para o pagamento local de sua dívida reestruturada é "ilegal".

Durante sua entrevista coletiva diária, o chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich, afirmou que as "infelizes expressões do juiz Griesa" constituem uma "ingerência indevida de um juiz de outro país à soberania argentina".

Para Capitanich, o juiz merece um "repúdio de caráter coletivo por parte do Congresso".

"Nós esperamos, obviamente, que de um modo consensual todos os atores políticos e membros do Congresso se expressem sobre esta infeliz, incorreta e até imperial declaração do juiz Griesa", afirmou.

O chefe de gabinete argumentou que o Congresso argentino "tem as atribuição para o ajuste da dívida interior e exterior" de acordo com a Constituição.

Durante uma audiência convocada ontem, Griesa afirmou que se sentia "consternado" pelo fato da Argentina não realizar consultas legais sobre um projeto de lei que considerou "inválido e ilegal".

Capitanich reafirmou a postura expressada pelo Ministério da Economia, que ontem criticou que juiz nova-iorquino por tentar "impor condições ao Congresso", o que qualificou de "um novo excesso de jurisdição e desconhecimento da soberania".

Griesa mantém bloqueados os fundos que a Argentina depositou em um banco americano para cumprir com suas obrigações de pagamento com os credores que aceitaram as trocas de 2005 e 2010, que significaram grandes reajustes sobre os números originais.

Segundo o juiz, para que a Argentina possa pagar aos credores reestruturados o país deve primeiro desembolsar os US$ 1,3 bilhão, mais juros, que deve aos fundos especulativos que não aceitaram as trocas e denunciaram o país nos Estados Unidos para receber o montante íntegro da dívida.

O governo argentino pretende se esquivar da decisão do juiz e pagar aos seus credores antes do vencimento de dívida, em 30 de setembro.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaDívidas de paísesEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Economia

Salário mínimo: Haddad confirma nova regra de reajuste e diz que piso continuará acima da inflação

Haddad anuncia isenção de IR para quem ganha R$ 5 mil e tributação para renda superior a R$ 50 mil

Banco Central russo para de comprar moedas estrangeiras para frear desvalorização do rublo

CCJ conclui audiências sobre reforma tributária, mas votação do parecer ainda não tem data