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Argentina mantém pagamento de dívidas com reservas

País pagou com reservas 200 milhões de dólares correspondentes a dividendos de bônus

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2010 às 18h23.

Buenos Aires - A titular do Banco Central da Argentina (BCRA, entidade monetária), Mercedes Marcó del Pont, disse que o país tem reservas de sobra, e que voltará a recorrer a elas para pagar a dívida pública, caso seja necessário.

"As reservas serão usadas as vezes em que for necessário", disse Marcó del Pont em entrevista publicada este domingo no jornal Página12, embora tenha advertido que estas "têm que ser usadas unicamente em circunstâncias em que se imponha essa necessidade".

A Argentina pagou com reservas 200 milhões de dólares correspondentes a dividendos de bônus, o que foi autorizado por decreto, mecanismo que obteve validade judicial mediante decisões de duas Câmaras de Apelações e foi logo ratificado pelo Parlamento.

"As reservas internacionais têm que ser utilizadas unicamente em circunstâncias em que se imponha essa necessidade, em 2009 e 2010 o uso de reservas foi uma alternativa ao ajuste", disse a titular do BCRA.

A oposição e alguns analistas consideram arriscados estes pagamentos porque o governo argentino poderia se expor a que os credores privados se apoderem de suas reservas.

A esse respeito, Marcó del Pont chamou a dirigência política a ser pragmática porque "isso é o que demonstrou a crise" financeira mundial.

"Não se deve criar um estigma contra o uso das reservas, é algo que alguns querem instalar não só aqui, mas também ao nível internacional", disse.

"A Argentina tem reservas de sobra", destacou, ao calcular as "reservas de livre disponibilidade em cerca de 18 bilhões de dólares" sobre um total de 47 bilhões de dólares.

Marcó del Pont foi ratificada em abril passado à frente do Banco Central, função que cumpria em caráter transitório desde que a presidente Cristina Kirchner demitiu em janeiro seu antecessor, Martín Redrado, por se opor ao pagamento de dívidas com reservas em meio a uma crise institucional.

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