Economia

Argentina envia ao Congresso projeto de lei para reestruturar dívida

Governo do presidente Alberto Fernández busca reestruturar passivos de cerca de 100 bilhões de dólares, mais da metade com credores privados

Peso argentino: país entrou no terceiro ano de recessão com uma inflação de cerca de 50%. (Marcos Brindicci/Reuters)

Peso argentino: país entrou no terceiro ano de recessão com uma inflação de cerca de 50%. (Marcos Brindicci/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 12h57.

Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 15h01.

Buenos Aires — O governo da Argentina enviará ao Congresso um projeto de lei para a reestruturação integral de sua dívida pública, no momento em que são realizadas conversas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), disse o ministro da Economia, Martín Guzmán.

"Este projeto, esta lei (que será enviada ao Congresso) nos dará condições para poder estruturar e executar as operações necessárias para chegar ao objetivo de restaurar a sustentabilidade da dívida pública", disse Guzmán em entrevista coletiva.

O ministro não deu detalhes do projeto que será enviado ao Congresso e pediu aos credores do país "responsabilidade e boa fé" para chegar a um acordo e evitar a suspensão dos pagamentos que ele descreveu como desvantajosa para ambas as partes.

"Pedimos que eles nos dêem o tempo necessário para resolver um problema de desequilíbrio macroeconômico que afetou todo o país", disse Guzmán, que acrescentou que o governo nacional está coordenando com a província de Buenos Aires a reestruturação do pagamento de um título do distrito.

Na semana passada, o governo de Buenos Aires, a província mais rica e populosa da Argentina, pediu aos detentores de títulos de 2021 para adiar até maio o pagamento de uma amortização de mais de 250 milhões de dólares que expira em 26 de janeiro.

Sobre o FMI, ao qual a Argentina deve 44 bilhões de dólares após ter recebido uma linha de crédito em 2018, Guzmán disse que o diálogo com a agência está ocorrendo de forma construtiva, mas que o programa econômico do governo não será condicionado pelo Fundo.

Na sexta-feira, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, também disse que as conversas que a entidade teve com representantes argentinos foram favoráveis e que tentará fazer todo o possível para ajudar o país sul-americano.

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