Economia

Argentina aplica medidas para evitar saltos na inflação e no dólar

O índice inflacionário do vizinho latino recuou levemente em junho, mas continua alto, a 55,8% no acumulado de 12 meses

Mauricio Macri: líder está a frente da Argentina e busca medidas para conter crise no país (Agustin Marcarian/Pool/Reuters)

Mauricio Macri: líder está a frente da Argentina e busca medidas para conter crise no país (Agustin Marcarian/Pool/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de julho de 2019 às 17h40.

Última atualização em 22 de julho de 2019 às 17h42.

O Banco Central da Argentina aplicou, nesta segunda-feira (22), medidas técnicas para evitar que a inflação aumente e para manter o sistema financeiro calmo.

O índice inflacionário recuou levemente em junho, mas continua alto, a 55,8% no acumulado de 12 meses, enquanto a taxa da câmbio parou de pular, e está em torno de 43,63 pesos por dólar nesta segunda-feira. A taxa básica de juros está perto de 60%, uma das maiores do mundo.

O Banco Central anunciou nesta segunda-feira mudança na determinação dos requisitos de reservas bancárias e decidiu manter em 58% a taxa mínima das chamadas Letras de Liquidez (Leliq) até serem divulgados novos dados sobre a inflação.

Analistas do mercados apontaram que o objetivo das medidas é conservar certa calma em uma economia que está em recessão há mais de um ano, com a aproximação das eleições primárias obrigatórias de 11 de agosto e das presidenciais de 27 de outubro. A oposição ameaça a tentativa de reeleição do atual presidente Mauricio Macri.

Os instrumentos anunciados "garantirão que a política monetária se mantenha orientada a garantir um caminho contínuo de redução da inflação e um bom funcionamento do sistema financeiro", disse nas redes sociais Gerry Rice, principal porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Banco Central reorganizou a meta mensal de base monetária por uma nova média bimestral que compense as eventuais altas e quedas de cada mês. O controle à circulação de dinheiro é uma das medidas de ajuste pedidas pelo FMI.

Deste modo, procura-se "cumprir com a meta de base monetária", pactuada com o Fundo no âmbito de um empréstimo em stand by de US$ 57 bilhões até 2021.

Outro objetivo é estabelecer que a taxa de rendimento a bancos e donos de poupança não fique abaixo de 58% a curto prazo - para manter a taxa de câmbio estável e desestimular a compra de dólares por investidores.

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