Arábia Saudita: a atual crise superou a paralisação da produção no Irã com a revolução islâmica, em 1979 (Jessica Lutz/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de setembro de 2019 às 18h05.
Riad - O ministro de Energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, afirmou nesta terça-feira que a produção de petróleo do país voltará no fim de setembro aos níveis anteriores ao ataque com drones ocorrido no sábado contra refinarias da estatal Aramco.
Em entrevista coletiva concedida em Jidá, o ministro afirmou que a Aramco conseguiu controlar os danos nas refinarias de Abqaiq e Khurais, as mais atingidas pelos ataques, compensando metade da queda da produção em ambas com a elevação do ritmo de refino em outras instalações.
"As exportações do reino não vão diminuir", disse o ministro.
No domingo, um dia depois do ataque reivindicado pelos rebeldes houthis do Iêmen, Abdulaziz bin Salman afirmou que a produção havia recuado em 5,7 milhões de barris diários, cerca de 50% do total, devido aos danos registrados em Abqaiq e Khurais.
Foi a maior queda na produção de petróleo na história, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). A atual crise superou a paralisação da produção no Irã com a revolução islâmica, em 1979, quando 5,6 milhões de barris deixaram de ser produzidos por dias.
Segundo o ministro, a Arábia Saudita trabalha para atingir os 11 milhões de barris diários, o volume produzido antes dos ataques, no fim de setembro, e ampliar a produção para 12 milhões de barris diários até os últimos dias de novembro.
Abdulaziz bin Salman também afirmou que o governo saudita ainda não sabe quem é responsável pelo ataque, mas está investigando para determinar de onde os drones partiram.
Já o diretor-executivo da Aramco, Amin al Nasser, disse que a estatal está produzindo 2 milhões de barris por dia na refinaria de Abqaiq, uma das mais afetadas pelos ataques. As equipes da empresa demoraram sete horas para apagar os 13 incêndios provocados pelos drones.
"A Aramco é a empresa na qual mais se pode confiar no mundo. Os ataques nos tornaram mais fortes", disse o executivo na entrevista coletiva.
No primeiro semestre de 2019, a estatal obteve um lucro líquido de US$ 46,9 bilhões, uma queda de 11,3% que no mesmo período do ano anterior, pela queda dos preços do baril no mercado internacional.