Economia

Arábia Saudita barra importação de frango de 33 unidades brasileiras

ABPA afirmou que unidades da JBF e BRF estão na lista e avalia quais outros frigoríficos foram atingidos

BRF: Frigorífico foi um dos atingidos por medida saudita (BRF/Divulgação)

BRF: Frigorífico foi um dos atingidos por medida saudita (BRF/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 12h27.

Última atualização em 23 de janeiro de 2019 às 06h23.

São Paulo - Após participarem de reunião no Ministério da Agricultura, diretores da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), confirmaram que a Arábia Saudita descredenciou 33 unidades habilitadas a exportar carne de frango para o país, de um total de 58. Segundo o presidente da ABPA e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, nem todas essas unidades estavam de fato exportando para a Arábia Saudita. Ainda assim, elas representam 30% do volume que atualmente é vendido para o país.

A associação ainda está avaliando quem foi atingido, mas afirmou que na lista estão unidades da JBF e BRF. A lista foi enviada pelas autoridades da Arábia Saudita ontem à noite ao governo brasileiro.

Em nota, a entidade informou que as empresas autorizadas constam de uma lista divulgada pelos sauditas. "As razões informadas para a não-autorização das demais plantas habilitadas decorrem de critérios técnicos", acrescentou a ABPA. Até o momento, planos de ação corretiva estão em implementação para a retomada das autorizações, disse a associação.

A ABPA também afirma que está em contato com o governo brasileiro para que, em tratativa com o reino da Arábia Saudita, sejam solucionados os eventuais questionamentos e incluídas as demais plantas.

A reunião desta terça-feira estava agenda e fazia parte de encontros periódicos, mas ganhou importância e o tema dominante foi a decisão da Arábia Saudita. Estiveram presentes ao encontro o secretário de Defesa Agropecuária José Guilherme Leal e o embaixador Orlando leite. A ABPA deve ter mais uma agenda no ministério, ainda esta tarde. Desta vez, o encontro será com a ministra Tereza Cristina.

O vice-presidente e diretor técnico da ABPA Rui Vargas disse que o documento enviado pela Arábia Saudita não revela os motivos do descredenciamento. Em sua avaliação, a decisão não estaria associada a questões envolvendo uma eventual mudança da embaixada do Brasil em Israel. Para Turra, esse é um movimento de proteção do mercado doméstico já que a Arábia Saudita vem incrementando a produção local de frangos.

O Estadão/Broadcast apurou que a medida, até o momento, não abrange a carne bovina.

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