A líder do governo afirmou que os Estados vão pressionar os deputados a votarem na reforma (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de abril de 2019 às 14h08.
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, avaliou nesta terça-feira, 30, que a meta é aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência com uma "espinha dorsal" de economia fiscal de R$ 1 trilhão, mas admitiu que "não é fácil". Segundo ela, mesmo com a retirada do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para idosos e da aposentadoria rural do texto que tramita na Câmara, a economia ainda fica perto de R$ 1 trilhão.
"Se não tiver economia próxima a R$ 1 trilhão, resolvemos os problemas do atual e do próximo governo, mas o problema vai ser jogado para frente", disse a deputada, durante debate sobre o assunto na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
De acordo com a líder do governo, a crise fiscal enfrentada pelos Estados trará pressão de governadores da oposição sobre parlamentares e até mesmo alguns do PT devem votar pela reforma da Previdência. "Mesmo na oposição, alguns governadores precisam da reforma. Tenho conversado com governadores do Nordeste e até mesmo dentro do PT vamos conseguir um votinho ou outro, pois o governador vai dizer (para parlamentar do PT) que, se não votar, o Estado vai quebrar", afirmou.
No mesmo evento, o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, cobrou prefeitos presentes que se mobilizem junto ao Congresso porque deputados estão querendo tirar Estados e municípios da PEC da Previdência. "Se isso ocorrer seriam necessárias reformas separadas e as situações seriam diferentes", alertou.
Cálculos mostrados por Marinho apontam que, se 2.100 municípios brasileiros forem incluídos na reforma da Previdência, a economia seria de R$ 171 bilhões em dez anos, de R$ 391,30 bilhões em 20 anos e traria R$ 833 bilhões de redução de despesas no total. "O impacto fiscal do município tende a ser maior que essa redução de despesas", concluiu.