Economia

Aprendam conosco, diz Macri em Davos sobre passado protecionista

A crescente ameaça de guerras comerciais globais é um importante tema de conversas no Fórum Econômico Mundial

Macri: "Não funcionou. Nós somente aprofundamos nossos problemas de pobreza" (Denis Balibouse/Reuters)

Macri: "Não funcionou. Nós somente aprofundamos nossos problemas de pobreza" (Denis Balibouse/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 17h32.

Última atualização em 25 de janeiro de 2018 às 17h34.

Davos - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, tem uma mensagem franca para governos protecionistas e inclinados ao populismo: aprendam conosco.

"Eu os convidei a visitar a Argentina e ver o que acontece quando um país incrível adota protecionismo e isolamento como estilo de vida", disse Macri em entrevista à Reuters nesta quinta-feira.

"Não funcionou. Nós somente aprofundamos nossos problemas de pobreza".

A crescente ameaça de guerras comerciais globais é um importante tema de conversas no Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos. Políticos e economistas estão tensos com a agenda protecionista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump irá discursar ao fórum na sexta-feira.

Quando foi eleito em 2015, Macri assumiu um país que estava a caminho da ruína financeira após uma década de políticas populistas de altos gastos públicos.

Após o default do país em 2001, a Argentina foi afastada de mercados globais de crédito por anos.

A ex-presidente Cristina Kirchner implementou controles cambiais, levantou barreiras de importação para proteger a indústria interna e imprimiu dinheiro para cobrir um crescente déficit fiscal durante seus dois mandatos, de 2007 a 2015.

As medidas impulsionaram certos setores da economia e financiaram uma expansão de programas sociais aos mais pobres, mas geraram uma queda nas reservas do banco central e um dos índices de inflação mais altos do mundo.

Macri desfez controles cambiais, cortou impostos em exportações de grãos, reduziu restrições de importações e reformou os sistemas de impostos e de Previdência.

As medidas contribuíram para uma acentuada queda nos rendimentos sobre a dívida da Argentina e numa alta expressiva dos mercados de ações. Mas Macri tem enfrentado dificuldades para diminuir uma inflação de dois dígitos e convencer companhias de que o país é seguro para investimentos a longo prazo.

Macri disse que seu governo busca alcançar uma inflação de dígito único até o final de 2019. Ele disse que a Argentina possui interesse em acordos comerciais multilaterais e bilaterais, conforme busca restaurar confiança no futuro do país.

"Nós estivemos tão isolados que nós só temos espaço para melhorar e para criar relacionamentos melhores e de longo prazo", disse. "Nós queremos ser parte das soluções globais, e não dos problemas globais".

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaDavosFórum Econômico MundialMauricio MacriProtecionismo

Mais de Economia

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte

Desemprego cai para 6,4% no 3º tri, menor taxa desde 2012, com queda em seis estados