Economia

Após superar recessão haverá pleno emprego, diz Temer

Presidente afirmou que o país precisa sair da recessão para voltar a crescer e então atingir o pleno emprego

Michel Temer: "nós estamos começando a sair da recessão", afirmou o presidente (Adriano Machado/Reuters)

Michel Temer: "nós estamos começando a sair da recessão", afirmou o presidente (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 13h15.

Ribeirão Preto e São Paulo - O presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta quinta-feira, 19, que o País está começando a sair da recessão econômica e que, depois disso, o Brasil tende a ter crescimento e alcançar o "pleno emprego".

A afirmação foi dada, em Ribeirão Preto (SP), durante discurso do peemedebista na assinatura do aporte de recursos no valor de R$ 12 bilhões do Plano Safra 2016/17.

"Pegamos o Brasil numa posição extremamente delicada, com uma recessão extraordinária e por isso digo sempre, o primeiro passo é superar a recessão. Superada a recessão é que vamos para o crescimento e do crescimento ao chamado pleno emprego. Essas são as fases que temos de atravessar", disse.

Ele falou ainda que, ao observar a inflação caindo de 10,70% para 6,3% ao longo do ano de 2016, é possível afirmar que a política econômica do governo está dando certo.

"Nós estamos começando a sair da recessão", afirmou. Para Temer, o quadro repercute na queda da taxa de juros básica (Selic) e nos juros dos bancos.

"Quando se verifica os juros começando uma queda, não só da Selic, mas isso naturalmente tem repercussão nos bancos, no Banco do Brasil, que já reduziu os juros, como estão sendo reduzidos todos os juros dos vários bancos", disse o presidente.

Juros no rotativo

Temer afirmou que os juros do cartão de crédito vão ser reduzidos de 480% para menos de 200% com as medidas do governo federal.

Ele disse que a redução dos juros do rotativo do cartão, já anunciada pelo Planalto, foi aplicada após conversa com um cidadão de Tietê (SP), município onde Temer nasceu.

"Ele disse: não aguento mais juros do cartão a 480%. Chamei a área econômica e disse: não é possível isso. Em dois ou três dias de diálogo com o sistema bancário, me permitiu pouco antes mesmo do Natal anunciar que não será mais 480%, será menos de 200%, que ainda é muito mas diminui quase pela metade", afirmou Temer.

O presidente também deu ênfase à queda progressiva dos juros, que, afirmou, estão tendo impacto nos juros dos bancos ao consumidor.

PEC do Teto

Temer afirmou também que o teto para os gastos do governo federal é um limite geral e que, assim, é possível destinar mais recursos a um setor, desde que se tire do outro.

"Nós podemos prestigiar certos setores, tirando de outros, de uma obra aqui, outra ali. Setores importantes, como saúde, educação e também o agronegócio, serão prestigiados", afirmou em resposta a uma pergunta sobre qual será o aumento nos volumes destinados ao Plano Safra, que deve ser lançado em maio.

No evento em Ribeirão Preto, Temer elogiou bastante o setor do agronegócio e disse que o governo se apoia nele para incentivar a economia e gerar empregos.

Ele lembrou a grande competitividade da cana de açúcar e do suco de laranja na região de Ribeirão Preto e fez um paralelo com sua administração, que também busca sempre uma maior eficiência.

Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também presente no evento, disse que o Brasil tem uma vocação para ser campeão mundial em segurança alimentar.

"E campeão da paz também, porque não haverá paz sem alimento para as pessoas", pontuou. Ele lembrou que nos últimos a produção do agronegócio brasileiro cresceu muito acima da expansão da área cultivada.

O prefeito de Ribeirão, Duarte Nogueira (PSDB), elogiou Temer e disse que o Brasil agora caminha no rumo certo. "Não há seguimento mais importante para ajudar o Brasil a superar seus limites do que a nossa agricultura, que é a mais eficiente do planeta."

Reformas encaminhadas

O presidente da República afirmou ainda que seu governo conseguiu aprovar - ou ao menos encaminhar - quatro reformas importantes em apenas oito meses: a PEC do Teto dos Gastos, a reforma Previdência, as mudanças no Ensino Médio e a atualização trabalhista. Agora, em breve sua administração começará a trabalhar na reforma tributária.

"Fizemos muita coisa em um período de tempo relativamente curto, mas ainda temos muita coisa pela frente. Precisamos simplificar o sistema tributário nacional", comentou Temer, sem dar mais detalhes.

Em relação às mudanças nas leis trabalhistas, o presidente afirmou que elas são fundamentais para o País e que é preciso harmonizar os dois lados do setor produtivo, ou seja, trabalhadores e empregadores.

Previdência

O presidente também salientou a importância da reforma da Previdência e disse que é preciso alterar questões como a idade mínima.

Ele contou que esteve recentemente em Portugal e, em conversar com o líder do governo, soube que por lá foi preciso até mesmo cortar o 13º salário dos servidores públicos.

"Seria mais fácil, para mim, aproveitar a presidência nesses dois anos e pouco que me sobraram, mas nós precisamos aprovar reformas", destacou.

Ele salientou a importância que seu governo dá ao diálogo e agradeceu a colaboração do Congresso. "O diálogo dá certo. O Congresso, responsável que é, percebe as necessidades do País", disse.

"Sem o apoio da sociedade dificilmente se consegue governar. Mas eu me refiro à sociedade produtiva, não aquela que só quer alardear a oposição", acrescentou em outro momento.

Presídios

Sobre a crise nos presídios, Temer comentou que, conforme garante a Constituição, pediu auxílio das Forças Armadas para "manter a lei e a ordem".

O presidente disse que esse "drama terrível" não se resolverá do dia para a noite e que é preciso a junção de todas as esferas de governo e outras partes envolvidas. "A União está fazendo tudo que lhe cabe", assegurou.

Funai

Temer também comentou muito rapidamente em coletiva de imprensa sobre a demarcação de terras indígenas. Ele disse que o governo está avaliando a situação e que o objetivo geral é diminuir conflitos. O presidente negou que haja um "desprestígio" com a Funai.

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