Economia

Após queda, indústria automotiva desacelera produção

Segundo Anfavea, produção de veículos no Brasil deve avançar apenas 0,7 por cento em 2014

Soldador trabalha na linha de montagem da fábrica da General Motors (GM) em São Caetano do Sul, em São Paulo (Dado Galdieri/Bloomberg)

Soldador trabalha na linha de montagem da fábrica da General Motors (GM) em São Caetano do Sul, em São Paulo (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 16h46.

São Paulo - Após subir quase 10 por cento e bater recorde em 2013, a produção de veículos no Brasil deve avançar apenas 0,7 por cento em 2014, segundo a associação das montadoras, Anfavea, na esteira da primeira contração anual de vendas em uma década.

Essa perspectiva tem como pano de fundo um cenário mais adverso, com o fim da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, aumento dos juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que facilita a compra de bens de capital como caminhões, e pressão das siderúrgicas por ajustes no preço do aço.

Apesar disso, o presidente da entidade, Luiz Moan, atribuiu a previsão menor de crescimento da produção à menor quantidade de dias úteis em ano de Copa do Mundo, e argumentou que as montadoras que construirão novas fábricas no país contarão com cotas de importação "bastante significativas", o que contribuirá para o menor avanço da produção doméstica.

Em 2013, a produção de veículos no país subiu 9,9 por cento, a 3,74 milhões de unidades, enquanto as vendas caíram 0,9 por cento, a 3,77 milhões de unidades, na primeira queda anual desde 2003.

Segundo Moan, a queda nas vendas foi explicada em parte pela menor oferta dos bancos para financiamento automotivo.

"Parte da queda se deve à seletividade (sobre concessão) do crédito", acrescentou. "Tenho convicção que em 2014 o estoque de crédito vai aumentar entre 4 e 5 por cento, estimulando nossa atividade", disse Moan a jornalistas nesta terça-feira.

Segundo a Anfavea, a disparidade entre produção e vendas no mercado interno foi compensada pelo aumento de 26,5 por cento das exportações, para 445,2 mil unidades.

Agora, o ritmo de fabricação e venda de veículos deve se alinhar em 2014.

Por outro lado, as vendas devem voltar a crescer, com a liberação de crédito para financiamento de veículos. A expectativa da Anfavea é que haja um aumento de 1,1 por cento nos licenciamentos em 2014.


No começo de 2013, a Anfavea previa para o ano um crescimento de 4,5 por cento nas vendas. Depois, reduziu em setembro a expectativa para um aumento de 1 a 2 por cento, previsão que não se confirmou mesmo após o governo ter estendido a validade de IPI menor para compra de veículos.

Os dados desta terça-feira confirmam os divulgados pela Fenabrave, que representa as distribuidoras de veículos. A entidade informou na semana passada que as vendas de carros e comerciais leves chegaram a 3,58 milhões de unidades em 2013, queda de 1,5 por cento ante o ano anterior.

Moan disse ainda que o Brasil deve ter capacidade de absorver a produção de 4,7 milhões de veículos novos em 2017, chegando perto de 5 milhões de unidades no ano seguinte.

Dezembro

Embora a produção de veículos tenha ficado no campo positivo no resultado anual, em dezembro houve queda de 18,6 por cento sobre novembro e recuo de 12,1 por cento sobre igual período de 2012, com a fabricação de 235,9 mil veículos.

Já o apelo de um IPI mais baixo para a compra do carro novo --benefício que valeu até o último dia do ano-- contribuiu para elevar em 16,8 por cento as vendas ante novembro, a 353,8 mil unidades. Mas na comparação com dezembro de 2012, os licenciamentos caíram 1,5 por cento.

As principais montadoras aceleraram as vendas ante novembro. A Fiat se manteve como líder nas vendas de automóveis e comerciais leves, com licenciamento de 65.197 veículos no mês, seguida por Volkswagen e General Motors, com 61.920 e 61.210 veículos vendidos em dezembro, respectivamente.

Em quarto lugar no ranking ficou a Ford, com vendas de 31.493 veículos, seguida pela Renault, com 25.830 unidades.

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