Economia

Após queda histórica na indústria, 82% das empresas têm planos de investir neste ano

Pesquisa da CNI mostra que industriais planejam investimentos, especialmente para ganhos de produtividade, como compra de máquinas

No ano passado, apenas 69% das grandes empresas fizeram investimentos mostra levantamento da CNI (Germano Lüders/Exame)

No ano passado, apenas 69% das grandes empresas fizeram investimentos mostra levantamento da CNI (Germano Lüders/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 10h28.

Se o investimento da indústria caiu quase ao menor nível da série histórica em 2020, por conta da pandemia de Covid-19, este ano a expectativa é que ele volte ao patamar histórico. Pelo menos é o que mostra uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No ano passado, apenas 69% das grandes empresas fizeram investimentos, mostrou o levantamento. Em 2020, quando o ano começou, 84% das indústrias planejavam investir. Já este ano, 82% dessas empresas disseram que pretendem fazer novos investimentos, especialmente para ganhos de produtividade.

— A expectativa é que a frustração do ano passado, com a pandemia, não se repita. Mas se houver piora do cenário econômico, com aumento da incerteza, esses planos de investimento podem ser adiados ou executados parcialmente no futuro — diz Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI.

Para ele, entretanto, com a vacinação já em andamento, ainda que em ritmo menor que o desejado, não haverá um "mergulho" do consumo e da produção, como aconteceu no ano passado, especialmente no primeiro trimestre.

Embora o desemprego ainda esteja em alta, o que pode impactar o consumo, a recomposição dos estoques vai compensar uma possível queda na demanda. No ano passado, a indústria sofreu com a falta de insumos, especialmente na segunda metade do ano.

A pesquisa da CNI mostrou que em 2020, o percentual de 69% das companhias que investiram foi o menor registrado pelo levantamento desde 2016, ano de recessão o país, quando apenas 67% das grandes indústrias investiram.

As principais razões para que as companhias reduzissem ou deixassem de investir ano passado foram a reavaliação negativa do mercado doméstico, já que a pandemia derrubou a demanda.

Além disso, o aumento dos custos para travou parte dos investimento, especialmente por causa da alta do dólar. A falta de insumos e materia-primas também frustrou a intenção de investir de muitas empresas, mostrou o levantamento da CNI.

Ganho de produtividade é o principal motivo para novos investimentos este ano, seguido de aumento na capacidade produtiva. Pelo menos 33% das empresas consultadas disseram que o motivo do investimento é aumentar a capacidade de produção, com a compra de máquinas e equipamentos.

O percentual não superava 30% desde 2011, início da série histórica, e é o maior da série. Isso sinaliza que existe a expectativa de forte recuperação da atividade industrial após o período mais crítico da pandemia. A indústria acredita no potencial do mercado doméstico, mostrou a pesquisa.

O levantamento foi feito com 462 empresas, mas não revela o total de recursos que as empresas pretendem investir.

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