Economia

Após queda de aprovação, Dilma diz que inflação fica na meta

Já os economistas estimam que a inflação em 12 meses romperá o teto da meta do governo


	Dilma Rousseff: "Nos últimos dez anos, a taxa de inflação se manteve rigorosamente dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Posso garantir que assim também será em 2014"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: "Nos últimos dez anos, a taxa de inflação se manteve rigorosamente dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Posso garantir que assim também será em 2014" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2014 às 09h23.

Costa do Sauípe - Após ver a aprovação ao seu governo cair por preocupações do eleitorado sobre os preços dos alimentos, a presidente Dilma Rousseff garantiu no sábado que a inflação ficará dentro da meta este ano e que "julgamentos apressados" não abalam o governo.

"Nos últimos dez anos, a taxa de inflação se manteve rigorosamente dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Posso garantir que assim também será em 2014", disse Dilma, que discursou na abertura da reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na Costa do Sauípe, a 76 quilômetros de Salvador.

Pesquisa CNI/Ibope divulgada na última quinta-feira mostrou que a aprovação do governo Dilma caiu 7 pontos percentuais em março, derrubada por temores sobre a inflação e o desemprego. A aprovação pessoal de Dilma e a confiança na presidente também registraram a primeira queda desde julho de 2013, após a onda de manifestações que tomou as ruas do país.

Economistas estimam que a inflação em 12 meses romperá o teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento com dois pontos percentuais de tolerância, justamente durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais de outubro.

O próprio Banco Central, que tem elevado a taxa básica de juros para segurar a escalada dos preços, piorou muito sua projeção para o IPCA neste ano, a 6,1 por cento, próximo ao teto da meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

A uma plateia de banqueiros e investidores internacionais, Dilma também falou sobre a "necessidade de preservar a solidez dos fundamentos macroeconômicos do país" sem abrir mão do compromisso com inclusão social. Ela assegurou que o governo continuará a reduzir o endividamento do setor público este ano.

Avaliações de que o governo vem relaxando no compromisso com os fundamentos macroeconômicos, sobretudo no cumprimento de uma política fiscal mais severa, levaram a agência de classificação de risco Standard & Poor's a rebaixar o rating brasileiro para o menor nível de grau de investimento na semana passada.

"Este compromisso não será alterado. Tampouco nos abalaremos com julgamentos apressados, com conclusões precipitadas, que a realidade desmentirá", afirmou Dilma, em uma referência velada à decisão da S&P.

"Todos sabemos que, em economia, a realidade sempre se impõe. Em alguns momentos, expectativas, especulações, avaliações e até mesmo interesses políticos podem obscurecer a visão objetiva dos fatos", completou ela.

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