Economia

Após mercado prever altas da Selic, Galípolo afirma que decisão será tomada 'reunião a reunião'

Segundo diretor de política monetária do Banco Central, prioridade será atingir a meta de inflação de 3% ao ano

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 09h45.

O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira, 13, que a autoridade monetária irá avaliar indicadores econômicos antes de determinar o rumo da taxa básica de juros. A declaração ocorre após especulações do mercado de que o BC aceleraria as altas na Selic nas próximas reuniões. Segundo Galípolo, a prioridade é atingir a meta de inflação de 3% para o ano.

O economista, que já teve seu nome aprovado pelo Senado para assumir a presidência da autarquia no ano que vem, disse que o BC continua trabalhando sem um guidance (orientações sobre passos futuros) e que não há uma relação direta entre variáveis como o câmbio e a taxa de juros.

"A gente vai analisar de reunião a reunião a evolução desses dados que a gente vem acompanhando, sem oferecer nenhum tipo de guidance e nem estabelecer relação mecânica com nenhuma das outras variáveis", disse Galípolo, no Fórum de Investimento 2025, promovido pelo Bradesco Asset Management, em São Paulo.

Segundo o economista, a autoridade está acompanhando os dados do mercado de trabalho, considerando que o desemprego se encontra em níveis historicamente baixos, além dos indicadores de comércio e rendimento. Galípolo reconheceu que, em um cenário de grande incerteza e volatilidade, é normal haver uma demanda por orientação mais clara, o que às vezes leva a interpretações equivocadas.

Após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta terça-feira, uma parcela do mercado financeiro passou a considerar a chance de o Banco Central acelerar o ritmo de alta da taxa básica de juros e, na próxima reunião, em 11 de dezembro, elevar a Selic em 0,75 ponto percentual. O documento foi interpretado como sendo mais "duro" do que o comunicado divulgado logo após a decisão da semana passada.

"Você ter uma fala que não sinaliza algo muitas vezes é interpretado como uma sinalização de outra coisa por eliminação, no desejo, no anseio de extrair algum tipo de guidance. E não é isso", concluiu, dizendo que o compromisso com a meta de inflação é “inegociável”.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralGabriel GalípoloSelicCopom

Mais de Economia

IBC-Br: prévia do PIB sobe 0,80% em setembro, acima do esperado

Após explosões na Praça dos Três Poderes, pacote de corte de gastos só será anunciado depois do G20

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula