Frango: a Associação Brasileira e Proteína Animal reiterou que não há evidência de que o novo coronavírus seja transmitido por alimentos. (Edwin Remsberg/Getty Images)
Clara Cerioni
Publicado em 18 de agosto de 2020 às 09h10.
Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 09h11.
A terceira maior processadora de carne de frango e suína do Brasil, Aurora Alimentos, confirmou na noite de segunda-feira um veto de Hong Kong a importações de sua unidade de frango de Xaxim, em Santa Catarina, por preocupações com o coronavírus.
A confirmação do veto veio no mesmo dia em que a empresa concordou em testar 11 mil trabalhadores para coronavírus a partir de 21 de agosto em quatro de suas fábricas, segundo um comunicado do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Santa Catarina.
A Aurora, que na semana passada foi identificada por autoridades chinesas como origem de produtos de frango nos quais teriam sido encontrados traços de coronavírus, manifestou-se sobre a situação e seus próximos passos por meio de um comunicado da Associação Brasileira e Proteína Animal (ABPA).
"Sobre o anúncio feito pelas autoridades de Hong Kong, a ABPA informa que está apoiando a companhia para a apresentação de esclarecimentos", afirmou o comunicado.
A ABPA reiterou que não há evidência de que o novo coronavírus seja transmitido por alimentos.
A Aurora não foi oficialmente notificada sobre a decisão de Hong Kong, disse a ABPA, acrescentando que ela pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver a questão, uma vez que o veto "não tem base científica".
Pelo acordo entre a Aurora e procuradores anunciado na segunda-feira, os testes para coronavírus serão realizados em dois estágios, com intervalos de 14 a 31 dias em quatro unidades.
A Aurora pagará por testes com método RT-PCR para os trabalhadores de Guatambu, Xaxim e de duas unidades em Chapecó, segundo o comunicado do MTP. Cerca de 2.279 funcionários serão testados na unidade de Xaxim.
Um total de 22 mil testes deve ser aplicado, o que representa 10% dos testes totais já realizados no Estado de Santa Catarina desde o início da pandemia, segundo o MPT.