Economia

Após ata, juros sobem e sinalizam Selic em 9%

As apostas chegaram a sinalizar a taxa de juros em 10% no fim de 2014, mas o movimento perdeu força à tarde


	Economia: Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em outubro de 2013 (286.310 contratos) estava em 8,21%, de 8,18% no ajuste anterior.
 (REUTERS)

Economia: Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em outubro de 2013 (286.310 contratos) estava em 8,21%, de 8,18% no ajuste anterior. (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Em reação ao tom mais duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta quinta-feira, 6, as taxas futuras de juros passaram a indicar chance de a Selic subir cerca de 125 pontos-base ainda neste ano, o que a colocaria em 9,25% ao ano. As apostas chegaram a sinalizar a taxa de juros em 10% no fim de 2014, mas o movimento perdeu força à tarde.

Os juros longos, ao contrário do que se esperava, também subiram de forma consistente. Segundo operadores, as incertezas que rondam a economia doméstica e externa fazem com que muitos investidores prefiram sair das aplicações em juros, o que amplificou a trajetória de alta.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em outubro de 2013 (286.310 contratos) estava em 8,21%, de 8,18% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (662.560 contratos) apontava 8,57%, ante 8,50% na véspera e após tocar na máxima de 8,64%. No trecho intermediário e longo da curva de juros, o juro com vencimento em janeiro de 2015 (701.535 contratos) indicava 9,22%, ante 9,10% no pregão anterior e após atingir máxima de 9,40%.

O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (381.660 contratos) marcava 9,93%, de 9,84% e depois de bater a máxima de 10,17%. O DI para janeiro de 2021 (36.800 contratos) estava em 10,44%, ante 10,40% no ajuste anterior e máxima de 10,69%.

"O tom da ata em relação à inflação foi muito mais duro. É natural, portanto, que o mercado de forma geral passe a projetar um aperto monetário mais intenso", afirmou um operador, destacando que as taxas de juros indicam a Selic em, pelo menos, 9% no fim deste ano, com resquícios que poderiam levá-la a 9,25%. "Houve um exagero natural pela manhã. À tarde, a alta perdeu um pouco de intensidade e os investidores se posicionaram para algo mais comedido", continuou.

No documento, o Copom trouxe piora nas projeções de inflação e do dólar, além de citar que a tempestividade faz-se necessária devido aos danos da alta de preços às decisões sobre consumo e investimentos. O Copom justifica a intensificação da alta do juro básico da economia por meio "do nível elevado de inflação" e da dispersão de aumentos de preços que contribuem para que a inflação mostre resistência. Conforme a autoridade monetária, há mecanismos formais e informais de indexação e uma piora na percepção dos agentes econômicos, ou seja, das expectativas sobre a própria dinâmica da inflação.

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