Economia

Após anos na liderança, Brasil é 3º lugar mundial em juros reais

A mudança ocorre após o Copom anunciar o terceiro corte consecutivo de 1 ponto percentual na Selic, que foi de 10,25% para 9,25%

Pódio: Ouro e fundos cambiais ficaram na lanterna do ranking com queda do dólar (CrailsheimStudio/Thinkstock)

Pódio: Ouro e fundos cambiais ficaram na lanterna do ranking com queda do dólar (CrailsheimStudio/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 26 de julho de 2017 às 18h02.

Última atualização em 26 de julho de 2017 às 22h27.

São Paulo – O Brasil caiu do segundo para o terceiro lugar entre os maiores juros reais (juros nominais menos inflação) do mundo.

A conclusão é de um estudo realizado a cada reunião pelo site MoneYou com a Infinity Asset Management com 40 economias.

Com juros reais de 3,71%, ficamos atrás de Rússia (4,59%) e Turquia (3,93%) e logo na frente de Indonésia (3,36%) e Colômbia (2,06%).

A mudança ocorre após o Copom anunciar o terceiro corte consecutivo de 1 ponto percentual na Selic, que foi de 10,25% para 9,25%.

Nos últimos lugares do ranking estão países com juros reais negativos como Hungria (-2,20%), Reino Unido (-2,24%) e Bélgica (-2,30%).

A média geral é -0,2%. A Venezuela foi excluída por falta de dados confiáveis e a Nova Zelândia foi incluída recentemente por sua importância regional.

Metodologia

Vale lembra que a metodologia do estudo foi modificada recentemente após discussões com o Banco Central.

O ranking passou a adotar a taxa de juros referencial do dia, como o Swap DI Pré de 1 Ano, por considerar que ela exprime melhor os juros de uma operação real de mercado do que o referencial das taxas nominais aplicadas pela Selic.

Além disso, o ranking abandonou o uso da inflação passada dos últimos 12 meses (ex post) e passou a usar a inflação projetada para os 12 meses seguintes (ex ante).

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, vinha enfatizando que a medida ex-ante era mais adequada pois é a que mais influencia as decisões econômicas. A mudança no método favorece países onde a inflação está em queda livre.

Veja a taxa de juros reais (juro atual menos inflação dos próximos 12 meses) das 40 economias analisadas:

PaísJuros reais ex-ante
1Rússia4,59%
2Turquia3,93%
3Brasil3,71%
4Indonésia3,36%
5Colômbia2,06%
6China1,45%
7México1,43%
8Índia1,29%
9África do Sul0,86%
10Argentina0,36%
11Nova Zelândia0,11%
12Cingapura0,09%
13Tailândia0,07%
14Chile-0,08%
15Filipinas-0,22%
16Polônia-0,23%
17Malásia-0,29%
18Canadá-0,34%
19Austrália-0,35%
20Israel-0,38%
21Japão-0,48%
22Taiwan-0,54%
23Hong Kong-0,77%
24Coreia do Sul-1,05%
25Estados Unidos-1,06%
26Suíça-1,13%
27Dinamarca-1,25%
28Grécia-1,43%
29França-1,43%
30Itália-1,63%
31Holanda-1,63%
32Portugal-1,73%
33República Tcheca-1,75%
34Alemanha-1,92%
35Áustria-2,06%
36Espanha-2,11%
37Suécia-2,12%
38Hungria-2,20%
39Reino Unido-2,24%
40Bélgica-2,30%
Média-0,20%

 

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