Economia

Após 4 meses de queda, mercado formal abre 131 mil vagas em julho

Números do Caged foram divulgados nesta sexta-feira (21); expectativas ficavam entre um salto positivo de 10 mil e 25 mil vagas

 (FG Trade/Getty Images)

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Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 21 de agosto de 2020 às 14h55.

Última atualização em 21 de agosto de 2020 às 17h50.

Após quatro meses de saldo negativo, o Brasil criou 131.010 vagas em julho, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Ministério da Economia.

O número é o resultado de 1.043.650 admissões e 912.640 desligamentos no período, e ficou muito acima das expectativas do mercado, que figuravam entre 10 mil e 25 mil vagas.

No acumulado do ano de 2020, o saldo ainda fica negativo em 1.092.578 empregos.

"Retomamos o ritmo de criação de empregos na economia", disse Paulo Guedes, ministro da Economia, em entrevista coletiva para apresentação dos números", disse.

Segundo a pasta, o resultado foi impulsionado pela Indústria de Transformação, seguido de Construção, Comércio e Agropecuária. Apenas o setor de serviços teve saldo negativo de vagas (-15.948).

Todas as cinco regiões do país tiveram resultado positivo nas vagas de emprego com carteira assinada em julho, com destaque para o Sudeste, que teve 34.157 postos a mais em julho, em relação ao mês anterior, alta de 0,18%.

A região Norte teve a maior variação relativa do estoque de vagas, ressalta a pasta, com alta de 0,76% de um mês para o outro (13.297).

O mercado de trabalho formal segue reagindo em meio à crise do coronavírus, após registrar expressiva queda no saldo de vagas em abril e uma modesta recuperação em maio e uma reação mais forte em junho. “É sinal que a economia pode fazer o retorno em V (mais rápida)”, disse Guedes nesta tarde.

O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, anunciado no fim de março pelo governo para auxiliar empresas no custeio da folha de pagamento e permitir a redução de salários e da jornada, tem ajudado na manutenção dos empregos.

“O programa foi tão bem sucedido que vai ser estendido por mais dois meses”, disse Guedes. Cerca de 16 milhões de acordos foram firmados até hoje.

“O programa vai continuar ficando disponível com o mesmo orçamento inicial para mais dois meses para aquele setores que ainda estão precisando”, disse, depois, o secretário especial, Bruno Bianco.

Guedes disse ainda que na terça-feira que vem haverá mais novidades: “Verde Amarelo, Renda Brasil e mais coisas que nós estamos elaborando”, disse.

Incertezas

Para economistas, porém, essa expectativa pode ruir com o aumento das incertezas:

“Por mais que tenha saído do olho do furacão, daquela redução de mobilidade que causou o fundo do poço em abril, a gente está longe de ter uma situação de normalidade”, diz André Loes, sócio da gestora Kairós Capital.

A reação natural dos consumidores, mesmo com a reabertura total da economia, continuará sendo de maior cautela. Além disso, vale lembrar que há grupos de negócios que ainda não voltaram à normalidade em função da falta de mobilidade social, diz o economista, como é o caso dos setores de entretenimento, turismo, esportes, evento corporativos etc.

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