Economia

Apoio dos EUA na OCDE é endosso de gala às vésperas de Davos, diz Troyjo

Secretário do Ministério da Economia afirmou que o país vai reforçar seu comprometimento com reformas durante o Fórum Econômico Mundial

Trump e Bolsonaro: a expectativa do governo brasileiro é que o apoio oficial aconteça até o fim do mandato atual (Kevin Lamarque/File Photo/Reuters)

Trump e Bolsonaro: a expectativa do governo brasileiro é que o apoio oficial aconteça até o fim do mandato atual (Kevin Lamarque/File Photo/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 19h06.

Última atualização em 16 de janeiro de 2020 às 12h21.

O endosso dos Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é apoio de gala às vésperas do país reforçar seu comprometimento com reformas no Fórum Econômico Mundial, afirmou o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, nesta quarta-feira.

Na véspera, a embaixada dos EUA anunciou a decisão de priorizar a candidatura do Brasil. Com isso, o país ganhou o lugar da Argentina enquanto país sul-americano que pleiteia ingresso no clube e é apoiado pelo governo do presidente Donald Trump.

A expectativa do governo brasileiro é que isso aconteça até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro.

"O anúncio para nós é apoio de gala para nossa mensagem de chamamento ao investimento em infraestrutura no país", afirmou Troyjo nesta quarta-feira, destacando que o time econômico estará engajado nesta missão no Fórum Econômico Mundial, que acontece na próxima semana em Davos, na Suíça.

Troyjo, que acompanhará o ministro da Economia, Paulo Guedes, nos eventos do fórum, afirmou que o Brasil representa para a economia contemporânea uma das mais importantes fronteiras para aportes em infraestrutura num momento de grande estoque de liquidez globalmente e parcas oportunidades de investimento viáveis e lucrativos.

"Como o investimento em infraestrutura demanda uma série de parâmetros para dar segurança, para dar previsibilidade, esses movimentos recentes do governo Bolsonaro de acelerar seu processo de acessão à OCDE e obtendo apoio determinante, muito importante, dos Estados Unidos mostra também que nós estaremos cada vez mais vinculados a parâmetros de boas práticas, de compliance, de transparência que são essenciais para o investimento em infraestrutura fluir", disse.

Segundo Troyjo, a intenção é chegar a Davos mostrando que o país de fato implementou medidas e segue comprometido com o mesmo rumo após levar ao fórum seu plano de voo para a economia em 2019.

"Houve modernização da Previdência Social, do Estado, conjunto de privatizações, concessões e desinvestimentos, modernização do ambiente de negócios e a modernização da política de integração econômica do Brasil aos mercados mundiais", defendeu ele.

"Agora a gente volta com espécie de track record, algo a mostrar", prosseguiu. "Neste momento, se você levar em consideração essas cinco dinâmicas que hoje estão acontecendo no Brasil, o que ocorre é a mais ambiciosa e profunda transformação estrutural no mundo emergente. Essa é a mensagem que o ministro vai levar."

Guedes representará o governo com agenda cheia e reuniões com uma série de executivos de multinacionais, incluindo encontros com o presidente do UBS Group, Axel Weber, com o presidente da Microsoft, Brad Smith, e com o presidente da empresa de entregas UPS Internacional, Nando Cesarone.

Também estão previstas reuniões com o presidente do Canadian Pension Investment Board, Mark Machin, e com os CEOs da Arcelor Mittal, Lakshmi Mittal, e da Chevron, Mike Wirth.

EUA-China

Após a assinatura nesta quarta-feira da Fase 1 do acordo comercial entre Estados Unidos e China, Troyjo também avaliou que a melhora da economia global, calcada no alívio das tensões e incertezas comerciais, traz muito mais possibilidade de ganho para o Brasil do que "perdas pontuais que pode ter aqui e ali no curto prazo no campo do fluxo comercial".

A China concordou em aumentar em 76,7 bilhões de dólares as compras de mercadorias dos Estados Unidos no primeiro ano da Fase 1 do acordo comercial com os EUA, e em 123,3 bilhões de dólares no segundo ano, de acordo com o texto do acordo.

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