Soja: segundo presidente da Aprosoja, o escoamento da safra, que já era difícil por causa do estado precário da rodovia BR163, piorou muito (Roberto Samora/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de maio de 2018 às 20h56.
Última atualização em 22 de maio de 2018 às 20h56.
São Paulo - A paralisação dos caminhoneiros autônomos está afetando os agricultores de soja de Mato Grosso, o maior Estado produtor do grão. Segundo o presidente da Aprosoja-MT, Antonio Galvan, o escoamento da safra de soja, que já era difícil por causa do estado precário da rodovia BR163, piorou muito por causa do protesto do caminhoneiros.
Segundo ele, criou-se um grande gargalo no escoamento da produção de soja para o mercado interno e exportação. Apesar disso, em vídeo publicado no canal do Youtube, ele convoca os produtores a levarem as máquinas para as rodovias para engrossar o protesto, de forma pacífica.
"O reajuste diário é um absurdo", diz. Ele frisa que o setor é contra os reajustes diários dos combustíveis determinado pela Petrobras. A Aprosoja-MT representa 5.600 produtores no Estado.
Galvan afirma que o protesto dos caminhoneiros praticamente paralisou o comércio do grão em Mato Grosso. "Se não tem transporte, não tem compra." Com isso, os preços do grão caíram. Com a falta de caminhão, não há como retirar o produto do armazém. Na sexta-feira, a saca de 60 quilos estava cotada a R$ 71 em Mato Grosso. Hoje, o preço recuou para R$ 69 e com poucos negócios fechados, afirma.
"Há ainda no Estado cerca 8 milhões de toneladas de soja retidas nos armazéns dos produtores rurais e não existe espaço para guardar o milho que começou a ser colhido", completa. A safrinha de milho de Mato Grosso deve atingir 26 milhões de toneladas neste ano.