Economia

"Apenas dou sugestões", diz Bolsonaro sobre bancos públicos

Nesta segunda, 29, Bolsonaro havia pedido que presidente do Banco do Brasil considerasse a redução de juros

JAIR BOLSONARO: "Eu não tenho o poder de interferir em muita coisa e nem quero. Apenas dou sugestões" (Andre Coelho/Bloomberg/Bloomberg)

JAIR BOLSONARO: "Eu não tenho o poder de interferir em muita coisa e nem quero. Apenas dou sugestões" (Andre Coelho/Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de abril de 2019 às 19h09.

Última atualização em 30 de abril de 2019 às 19h23.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 30, considerar que não interfere nos bancos públicos, apenas dá sugestões que podem ou não ser cumpridas. "Eu não tenho o poder de interferir em muita coisa e nem quero. Apenas dou sugestões. E sugestões são como conselho, cada um cumpre se achar que deve cumprir", disse o presidente durante evento de assinatura da Medida Provisória da Liberdade Econômica, no Palácio do Planalto.

Bolsonaro também criticou abordagem da mídia sobre seu pedido ao presidente do Banco do Brasil de reduzir juros.

"Lá na Agrishow, eu apelei para o presidente do Banco do Brasil, para seu espírito patriótico, conservador, cristão, que atenda os ruralistas no tocante à taxa de juros. Faltou complementar, e sem a complementação fui massacrado por grande parte mídia. Não posso esquecer nada, tenho que ser mais do que perfeito, tenho que ser sublime, se não tudo dá errado."

 

Bolsonaro afirmou que a taxa de juros praticadas por bancos públicos são muito altas. Dirigindo-se ao presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, Bolsonaro afirmou que ele deveria concordar que aplicar no mercado seria menos arriscado.

O presidente também fez uma piada com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem apelidou de Posto Ipiranga. "Quisera nós termos um posto Ipiranga à tua disposição, até porque o preço da gasolina é você que ia colocar nele", disse Bolsonaro, que chegou a barrar um reajuste no combustível promovido pela Petrobras.

Desemprego

Citando tema que deve abordar no pronunciamento em cadeia nacional de TV por ocasião do Dia do Trabalho, nesta quarta, Bolsonaro questionou novamente dados de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e falou sobre a preparação para garantia de empregos na quarta revolução industrial.

"Se fala em 12 milhões de desempregados. Sim, eu acho que é muito mais do que isso. Desculpa o IBGE, mas é muito mais do que isso. E não vou polemizar novamente", afirmou o presidente. "Estamos na quarta revolução industrial, com inteligência artificial. Como está a formação do homem e da mulher do futuro? O que escolas técnicas e faculdades têm feito para que realmente nós possamos ter mercado de trabalho para essa quantidade enorme de pessoas que temos no Brasil?".

Bolsonaro elogiou a Medida Provisória da Liberdade Econômica e disse ter dado liberdade para Casa Civil e a equipe econômica trabalharem. Segundo ele, a MP vai ajudar empreendedores no Brasil. O presidente disse acreditar que tem mais do que a maioria na Câmara e no Senado de apoio de parlamentares "com espírito patriótico para salvar o Brasil".

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