Goldman Sachs: “existe a perspectiva de uma melhora do crescimento e de melhores retornos, mesmo se não for uma reprise da tremenda década de 2000”, dizem especialistas (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2015 às 20h48.
Após três anos de decepções, os mercados emergentes estão prestes a dar um passo decisivo, prevê o Goldman Sachs Group Inc.
Como o crescimento está aumentando e as moedas mais fracas estão ajudando a aliviar os desequilíbrios econômicos, “2016 poderia ser o ano em que os ativos dos mercados emergentes chegarão ao fundo e começarão a achar sua base”, escreveram estrategistas liderados por Kamakshya Trivedi em uma nota na quinta-feira.
“Existe a perspectiva de uma melhora do crescimento e de melhores retornos, mesmo se não for uma reprise da tremenda década de 2000”.
Alguns países estão mais bem posicionados que outros. Embora países como Colômbia, África do Sul, Turquia e Malásia ainda precisem enfrentar desequilíbrios em suas contas-correntes, outros, como Rússia, Índia e Polônia, estão entre os que melhoraram o suficiente para que seus ativos tenham um rali, disse o relatório.
As moedas de mercados emergentes, que despencaram neste ano, já não estão mais “caras”.
A empresa com sede em Nova York está se unindo a um punhado de investidores que se tornaram mais otimistas em relação às economias em desenvolvimento depois que as moedas desses países caíram para valores mínimos recordes e as ações ficaram 51 pontos porcentuais atrás das suas equivalentes dos mercados desenvolvidos nos últimos três anos. A Franklin Templeton disse que a corrida para venda gerou oportunidades de compra não vistas há décadas.
Alta do crescimento
O Goldman Sachs projetou que os países em desenvolvimento crescerão 4,9 por cento no ano que vem, na comparação com uma taxa estimada de 4,4 por cento em 2015, a primeira aceleração desde 2010.
Embora ainda esteja abaixo da tendência de longo prazo, a melhora só pode ajudar a impulsionar a confiança dos investidores por causa do atual “baixismo generalizado”, escreveram os analistas.
“Nós nos separaríamos do pessimismo extremo que encontramos às vezes em relação às perspectivas para os ativos de mercados emergentes no longo prazo”, disseram os analistas.
O Goldman Sachs disse que o maior risco é uma “desvalorização significativa” do yuan.
Um dólar mais forte e o crescimento mais lento na China poderiam levar os responsáveis pela política econômica a permitir que a moeda caia, com um efeito secundário que repercutiria nos mercados emergentes, disse o relatório.
“Do nosso ponto de vista, os efeitos de tal mudança são o risco principal”, disseram os analistas.