As emissoras de televisão CNN, NBC e Fox News aumentaram suas audiências durante os debates republicanos (Win McNamee/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2012 às 07h11.
Washington - Em pleno ano eleitoral florescem ideias para rentabilizar as paixões despertadas nos americanos pela eleição de um presidente, como apostas sobre os vencedores, aumento de audiências televisivas e a tradicional venda de souvenires dos candidatos.
Os políticos não são os únicos que obtêm e gastam fundos nesta campanha eleitoral que terminará no próximo dia 6 de novembro com a reeleição de Barack Obama ou com uma mudança a favor de um dos candidatos republicanos que lutam para enfrentar o atual presidente.
As emissoras de televisão 'CNN', 'NBC' e 'Fox News' aumentaram suas audiências durante os debates republicanos, que após 20 encontros se aproximavam mais da categoria de série televisiva que da discussão política.
Para estes canais, a disputa eleitoral é um importante ímã de audiências, como pôde ser comprovado na popular 'Super Terça', as primárias mais importantes da corrida republicana, antes da convenção do partido em agosto.
Naquela primeira terça-feira de março a audiência televisiva, que pode seguir quase por segundo a evolução dos resultados por estado e condado, chegou aos três milhões de espectadores na cadeia conservadora 'Fox News', à altura de muitas séries televisivas.
A dura campanha, especialmente no lado republicano onde não há nada decidido a sete meses das eleições, estimulou as apostas na rede, como no caso do site Intrade.com, no qual os candidatos são cotados como se fossem ações na Bolsa de Valores.
'A apertada disputa entre os republicanos está elevando a participação a níveis recordes', declarou à Agência Efe Carl Wolfenden, gerente de operações da empresa, fundada em 1999 na Irlanda, na qual os vencedores recolhem lucros à custa das perdas de outros.
O sistema funciona como na Bolsa de Valores, no qual os acionistas decidem com suas preferências o preço por ação do presidente Barack Obama ou de um candidato republicano como Mitt Romney em relação às suas possibilidades em uma determinada votação.
'A incerteza faz com que este mercado possa ser rentável, especialmente pela curta vantagem de Romney', aspirante republicano favorito para enfrentar Obama nas eleições, mas que segue dividindo opiniões.
O sistema do Intrade, que cobra dos usuários um comissão mensal, adquiriu tanta popularidade que o ritmo de suas cotações é analisado por jornalistas e analistas políticos neste complexo ano eleitoral.
Em nível mais modesto, estão os tradicionais negócios de vendas de broches, camisetas e todo tipo de souvenires relacionados com o candidato, que servem para que as respectivas campanhas arrecadem fundos, mas também para que pequenos empresários aproveitem o empurrão do 'circo' eleitoral.
O leque de produtos é muito variado: desde a xícara de Obama com a frase 'Made in America' e uma imagem da certidão de nascimento do presidente, até camisetas com o logotipo do movimento ultraconservador 'Tea Party'.
Também há raridades de colecionador, como a série de histórias em quadrinhos 'Political Power' que apresenta com aura de super-heróis figuras políticas da atualidade como Obama e os candidatos republicanos Michael Bachmann e Ron Paul.
Segundo afirmou à Efe Darren Davis, presidente da editora Bluewater, encarregada das histórias em quadrinhos, a revista mais vendida é a de Michelle Obama, com 75 mil cópias, enquanto a de seu marido, Barack, vendeu 'apenas' 15 mil.
Entre os candidatos republicanos, o preferido dos leitores é o ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, cuja revista vendeu cinco mil exemplares, seguido do congressista texano Ron Paul, muito popular entre os jovens, com três mil cópias.
As excêntricas repercussões corrida eleitoral dispararam inclusive as vendas do colete que Rick Santorum usou em alguns momentos da disputa republicana e dos quadros de brinquedo 'Etch A Sketch' com os quais os oponentes de Romney ridicularizam suas mudanças de opinião.