Economia

Anfavea: venda menor elevará ociosidade nas montadoras

Situação das vendas é, segundo o presidente da associação, consequência das medidas macroprudenciais do governo para conter preços

De acordo com o presidente da Anfavea, Cledorvino Bellini, o programa de investimentos da indústria automotiva prevê aporte de US$ 11,2 bilhões até 2012 em um mercado ocioso (Germano Lüders/EXAME.com)

De acordo com o presidente da Anfavea, Cledorvino Bellini, o programa de investimentos da indústria automotiva prevê aporte de US$ 11,2 bilhões até 2012 em um mercado ocioso (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 07h31.

São Paulo - A desaceleração no ritmo de crescimento das vendas de automóveis no mercado brasileiro pode provocar uma queda na taxa de utilização do setor. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Bellini, o programa de investimentos da indústria automotiva prevê aporte de US$ 11,2 bilhões entre 2010 e 2012. O montante, segundo o executivo, é baseado em uma perspectiva de crescimento do mercado brasileiro próximo a 10%, o que sinaliza um descasamento entre as projeções e os últimos resultados do setor.

Dados apresentados por Bellini indicam que o mercado brasileiro deverá crescer 5% este ano, ante uma média anual de 15% nos últimos cinco anos. Em 2010, o mercado já havia desacelerado o ritmo de crescimento, com expansão de 11% em relação a 2009. Bellini descartou a possibilidade de que uma eventual continuidade em números mais discretos de crescimento das vendas possa resultar em fechamento de capacidades, mas alertou para as consequências na taxa de ocupação.

"A partir do momento em que o investimento foi feito, não há como (fechar unidades). O efeito seria uma maior capacidade ociosa", disse o executivo, após destacar que as margens do setor estão em retração nos últimos anos - reflexo principalmente do aumento da concorrência no mercado doméstico.

O menor ritmo de vendas neste ano, alertou o executivo, é consequência das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo na tentativa de controlar a alta de preços. Por isso, Bellini se mostrou conformado com a atuação governamental. "Entendemos que é um momento conjuntural. São necessárias medidas macroprudenciais para ajustar a inflação para o centro da meta e com isso assegurar o crescimento futuro do País", afirmou o executivo, que participou ontem do 22º Congresso Brasileiro do Aço.

Competitividade

Mais do que as medidas governamentais, preocupa o executivo a perda de competitividade da indústria, causada por fatores como o câmbio, o elevado custo de mão de obra e o custo da energia. Em palestra a executivos do setor siderúrgico, Bellini destacou o possível impacto das importações de veículos na indústria de aço. A compra externa de 1 milhão de veículos reduziria o consumo de aço em 1,2 milhão de toneladas por ano, destacou o presidente da Anfavea. Anualmente, a indústria automotiva demanda cerca de 4,2 milhões de toneladas aço. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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