Economia

Anfavea quer medidas para enfrentar concorrência de importados

Entidade espera apresentar ao governo um estudo com propostas para melhorar a competitividade do mercado automotivo brasileiro

Os importados representaram 22% dos emplacamentos no primeiro trimestre (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Os importados representaram 22% dos emplacamentos no primeiro trimestre (Marco de Bari/Quatro Rodas)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 07h36.

São Paulo - Até o fim deste mês, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) espera concluir um estudo encomendado à uma empresa de consultoria sobre a situação do setor ante a concorrência dos veículos importados. O estudo será encaminhado ao governo federal com um conjunto de sugestões para colocar as montadoras instaladas no país em pé de igualdade com as concorrentes estrangeiras. A informação foi dada pelo presidente da entidade, Cledorvino Belini.

Embora não tenha adiantado nenhuma das sugestões, o executivo tem, frequentemente, apresentado a queixa do setor sobre a falta de competitividade provocada pelos custos de produção e pela apreciação cambial. Com a moeda brasileira valorizada diante do dólar, cresce a participação no mercado doméstico de veículos importados. “Estamos gerando empregos lá fora”, criticou o representante das montadoras instaladas no Brasil.

A intenção dele não é barrar a entrada dos carros importados, mas melhorar a competitividade da indústria brasileira. No mês passado, o emplacamento de veículos trazidos de fora atingiu 20,4% do total de licenciamentos. Só no primeiro trimestre do ano, acumula uma participação de 22%, superior à registrada em igual período de 2010 (18,8%) e de 2009 (15,6%).

Apesar dessa concorrência, as vendas de carros nacionais no mercado interno registraram um recorde no acumulado do ano, com 825,2 mil unidades comercializadas até março, um aumento de 4,7% sobre o mesmo período do ano passado. Isoladamente, em março, o movimento cresceu 11,7% sobre fevereiro. Mas, comparado a igual mês de 2010, houve queda de 13,5%.

Essa redução foi justificada por Belini como efeito da corrida de clientes que buscavam aproveitar, em março do ano passado, o final do prazo das vantagens fiscais para a compra de automóveis. Para este ano, ele manteve a projeção de alta de 5%. “O mercado não está crescendo com o mesmo vigor do ano passado, mas deverá estar alinhado com o aumento do PIB [Produto Interno Bruto]”.

Para o executivo, as medidas anunciadas ontem de restrição ao crédito no exterior talvez impliquem em financiamentos mais caros, mas ele não vê possibilidade de maior impacto sobre a meta de investimentos na produção. O grande anseio do setor, conforme anunciou, é que, no médio prazo, o governo volte a dar incentivos para aumentar a produção para algo entre 5 milhões e 6 milhões de unidades ao ano. Em 2010, foram produzidos 3,6 milhões de veículos e, de janeiro a março deste ano, saíram das linhas de montagem 902,1 mil unidades, 7,9% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado.

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