Economia

Anfavea defende livre comércio com Argentina em junho

O novo presidente da Anfavea afirmou ainda que a entidade também negocia com o governo "um projeto sustentável de reciclagem de veículos"


	O governo argentino, entretanto, sinalizou que deve endurecer a posição e pressionar, junto ao brasileiro, para que haja cotas entre os dois países
 (Marcelo Camargo/ABr)

O governo argentino, entretanto, sinalizou que deve endurecer a posição e pressionar, junto ao brasileiro, para que haja cotas entre os dois países (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2013 às 16h52.

São Paulo - O novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, informa que o setor defende o livre mercado entre Brasil e Argentina a partir de junho, como prevê o acordo entre os dois países.

O governo argentino, entretanto, sinalizou que deve endurecer a posição e pressionar, junto ao brasileiro, para que haja cotas entre os dois países.

"Teremos a reunião de alta cúpula entre Brasil e Argentina esta semana e temos levado ao governo o nosso posicionamento. O governo sabe que o acordo vale até junho de 2014 e que, em junho de 2013, há a previsão do livre comércio", disse Moan. "A defesa do livre mercado, conforme estabelecido no acordo, é a nossa posição", completou.

Moan reafirmou várias vezes que a meta para seu mandato, até abril de 2016, é chegar a um total de exportação anual de 1 milhão de veículos e que negocia com o governo a criação de um programa para que o País recupere a competitividade, o Exportar-Auto.

"Nós perdemos clientes por causa de preços, e com pequenas mudanças poderemos estancar a queda de exportação. A meta é exportar 20% da produção enquanto em 2005, com câmbio mais favorável, exportamos 30%", declarou. "Vai ser minha luta pessoal exportar 1 milhão de veículos por ano e não depende só da Anfavea."

O novo presidente da Anfavea afirmou ainda que a entidade também negocia com o governo "um projeto sustentável de reciclagem de veículos". No primeiro momento, segundo ele, seriam retirados "os veículos inservíveis", que estão em pátios. "É preciso melhorar ainda a legislação que permita ao poder público tirar a propriedade do carro mais rapidamente."

Impostos

Para Moan, o mercado brasileiro de veículos é altamente artificial por conta da tributação. "Temos 30% dos impostos diretos sobre o valor final." Ele observou ainda que, se o imposto fosse calculado do valor líquido para o valor final, a carga seria de 43%. "A conta é simples: se um carro custa 100, com o desconto do imposto, o valor vai a 70. Se considerarmos esses 70 para chegar aos 100, com a conta de maneira correta, chegaríamos a 43%", exemplificou.

Moan revelou que a Anfavea está estimando a carga tributária incidente sobre um veículo em todo o seu período de uso. Segundo cálculos dele, setor tem uma carga de impostos que supera sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. "Cada vez que abastecemos, pagamos impostos, uma vez por ano pagamos impostos mais impostos (IPVA). Tenho impressão que a carga é mais de 5% do que representamos (como setor) do PIB.".

Outra ação necessária, na avaliação do novo presidente da Anfavea, é incentivar o setor de autopeças, para que a nacionalização e a eficiência dos veículos sejam ampliadas e atendam as metas do Inovar-Auto.

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