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É cedo para mensurar impacto do leilão em tarifas, diz Aneel

O diretor da agência Romeu Rufino explicou que pode haver uma alta maior do que a esperada inicialmente


	Conta de luz: o quarto ciclo de revisões tem início em abril do ano que vem
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Conta de luz: o quarto ciclo de revisões tem início em abril do ano que vem (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 14h40.

São Paulo - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) considera que ainda é muito cedo para saber o real impacto do leilão de energia (A-0) realizado nesta quarta-feira, 30, nas contas de luz, mas o diretor da agência Romeu Rufino explicou que no caso das empresas que ainda devem passar pelo reajuste tarifário anual, o valor dos contratos já deve ser incluído no cálculo e pode gerar como impacto uma alta maior do que a esperada inicialmente.

Isso porque no caso das empresas que passaram pelo reajuste até agora, a Aneel considerou na composição do custo com energia o valor do mix de contratos existentes mesmo para o montante de energia descontratada.

Conforme Rufino, esse valor é da ordem de R$ 160/MWh, abaixo dos R$ 268,33/MWh.

No caso das empresas que ainda passarão pelo reajuste os contratos celebrados hoje serão incluídos no cálculo do custo da energia, gerando um valor maior dependendo do montante contratado.

Questionado sobre casos específicos, Rufino afirmou que para AES Eletropaulo o impacto deve ser pequeno porque a empresa tinha baixa descontratação.

Já para Copel, o impacto deve ser maior. "A Copel deve ter sido a maior compradora do leilão", disse.

Dados sobre os volumes contratados por distribuidora ainda não foram divulgados.

A Câmara de ComercialIzação de Energia Elétrica (CCEE), responsável pelo leilão, deve disponibilizar a lista ainda hoje.

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, no entanto, salientou que a contratação de energia estabelecida pelo leilão desta quarta-feira é um benefício para o consumidor.

"Hoje é um dia que o consumidor tem que comemorar", disse. Ele leva em consideração que com a redução da exposição das distribuidoras, em vez de continuar comprando altos volumes de energia ao preço do mercado spot, hoje na casa dos R$ 822, as empresas passarão a pagar um valor quase três vezes menor.

Nos reajustes de 2014, o valor da energia adquirida no mercado de curto prazo está represado e deve ser repassado para as tarifas só a partir do ano que vem.

Revisão

Rufino reiterou que a agência pretende concluir ainda neste ano a metodologia para o quarto ciclo de revisões tarifárias. "Pretendemos fechar o ano com a metodologia revisada para o próximo ciclo", disse.

De acordo com ele, nos próximos meses, a Aneel deve abrir uma audiência pública sobre o assunto. Conforme lembrou, serão duas etapas de audiências. "Vamos cumprir rigorosamente os prazos", disse.

O quarto ciclo de revisões tem início em abril do ano que vem, quando a distribuidora cearense Coelce passa pela revisão de suas tarifas.

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