Economia

Aneel deve anunciar reajuste na bandeira vermelha 2 nesta terça

Expectativa é que a cobrança extra passe para algo em torno de 14 reais a cada 100 kWh consumidos, aumento de cerca de 50%

Luz: tarifa doméstica vai ficar mais cara. (Brunorbs/Getty Images)

Luz: tarifa doméstica vai ficar mais cara. (Brunorbs/Getty Images)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 31 de agosto de 2021 às 06h00.

Última atualização em 31 de agosto de 2021 às 09h29.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia

Em meio à crise hídrica no país, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai manter em setembro a bandeira vermelha 2 da conta de luz, em vigor desde junho. O novo valor da tarifa extra, hoje em 9,49 reais para cada 100 kWh consumidos, deve ser divulgado nesta terça-feira, 31, para valer a partir do próximo mês.  

A expectativa é que a cobrança passe para algo em torno de 14 reais, um aumento de cerca de 50%. Até a semana passada, a agência calculava que seria preciso subir a taxa extra para cerca de 25 reais a cada 100 kWh até o fim do ano, mas o governo prefere um aumento menor por mais tempo.

O Ministério da Economia discute o que pode ser feito, tendo em vista o aumento da inflação, puxado em grande parte pelo custo da energia elétrica. Parte da equipe econômica sugere uma alta menor, entre 14 reais e 15 reais, mas que dure mais do que três meses. 

Na última quinta-feira, 26, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ter conversado com a Aneel e sugerido “moderação” no aumento. Em evento da XP, ele contou ter pedido para subir “um pouco mais, mas por mais tempo”, acima de três meses.

Essa será a quarta vez que a Aneel aciona a bandeira vermelha 2. A agência aprovou um reajuste de 52% na bandeira vermelha 2 em junho. Naquele mês, o valor da tarifa extra foi de 6,24 reais para 9,49 reais a cada 100 kWh, já com o aviso de que deveria haver novos aumentos para cobrir os gastos com usinas termelétricas.

O cenário piorou, e agosto foi um dos meses mais críticos para os reservatórios, segundo a Aneel. “A perspectiva para setembro não deve se alterar significativamente, com os principais reservatórios do SIN (Sistema Interligado Nacional) atingindo níveis consideravelmente baixos para essa época do ano”, diz a agência.

“Essa conjuntura sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e necessidade de acionamento máximo dos recursos termelétricos”, continua a Aneel, em comunicado. Com a falta de chuvas, o país enfrenta a maior seca dos últimos 91 anos. 

O último boletim divulgado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) mostra que os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração hídrica do Brasil, operam com apenas 22,7% da capacidade. 

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.

Acompanhe tudo sobre:AneelEnergia elétricaExame HojeMinistério da Economia

Mais de Economia

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte