Transmissão de energia elétrica (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2015 às 17h18.
São Paulo - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aprovar a realização de um estudo amplo para avaliar eventuais aperfeiçoamentos na regulamentação do setor elétrico brasileiro, afirmou à Reuters nesta sexta-feira o diretor-geral do órgão regulador, Romeu Rufino.
O atual marco regulatório do setor de energia elétrica foi implementado em 2004, no início do governo Lula, pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.
A iniciativa da Aneel atende um pleito das empresas do segmento, encabeçado pela Abradee, associação que reúne investidores em distribuição de energia elétrica, conforme antecipou a Reuters no início deste mês.
O estudo deverá envolver também o Ministério de Minas e Energia e as demais instituições que compõem a governança do setor.
"Estamos fazendo uma pré-análise em conjunto com o Ministério de Minas e Energia", afirmou Rufino, destacando que há um alinhamento entre a Aneel e o governo nesse assunto.
A movimentação acontece em um momento em que o setor enfrenta diversas discussões judiciais em torno de custos extras bancados pelas empresas e consumidores, como resultado de dois anos de seca que ameaçaram o suprimento e obrigaram ao acionamento de termelétricas, que têm custo de produção muito mais elevado que os das termelétricas.
O estudo seria feito com recursos que as empresas do setor têm que obrigatoriamente investir em pesquisa e desenvolvimento, e envolvendo universidades e consultorias.
"Pode ser que ainda neste ano façamos pelo menos a abertura do programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D)... porque é um P&D estratégico, temos que abrir audiência pública, tem todo um processo que antecede o início dos trabalhos", explicou Rufino.
Segundo ele, o objetivo do estudo é "uma avaliação mais ampla" do atual modelo do setor, mas ainda não é possível adiantar quais são os resultados esperados.
"Não sabemos como ele vai ser produzido e quais as conclusões, se vai redundar em alguma proposta de alteração". O presidente da Abradee, Nelson Leite, havia afirmado que o estudo, por envolver consultorias e universidades, poderia resultar em propostas de aperfeiçoamento do setor que não defendam os interesses de uma ou outra classe de investidores, como aconteceria se trabalho fosse conduzido pelas próprias empresas.