Economia

Aneel admite um novo empréstimo a distribuidoras

Diretor da agência coloca um novo empréstimo bancário como uma das alternativas com as quais o governo trabalha


	Torres de transmissão de energia elétrica
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Torres de transmissão de energia elétrica (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 21h25.

Brasília - Embora o governo continue negando um novo pacote de ajuda às distribuidoras de energia, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, expôs certa divergência com as demais autoridades do governo ao defender nesta terça-feira, 17, que o preço da energia de curto prazo (PLD) ainda está acima do suportável pelas companhias.

Na contramão dos dirigentes dos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, Rufino coloca um novo empréstimo bancário como uma das alternativas com as quais o governo trabalha.

"A diferença entre o preço da energia e o montante que tem cobertura tarifária ainda é significativa e nós vamos olhando isso mês a mês. Havendo necessidade, uma das possibilidades é voltar aos bancos", disse.

E emendou: "Mas isso é o Ministério da Fazenda que negocia. Pode ser que um mês não precise de suporte, e outro precise".

A Aneel, segundo Rufino, não tem estimativas sobre o valor de eventuais novos aportes. O diretor afirmou, no entanto, que cálculos do setor que apontam um rombo de R$ 8 bilhões até o fim do ano são uma boa base para análise.

O jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou, em maio, que a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) calcula uma necessidade de R$ 8 bilhões até dezembro para cobrir a exposição remanescente ao mercado de curto prazo e outros gastos, como o uso de energia térmica.

O governo já viabilizou um empréstimo de R$ 11,2 bilhões às distribuidoras por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com juros e prazos favoráveis para evitar um reajuste extraordinário nas tarifas às vésperas da eleição.

O valor, entretanto, se esgotou antes mesmo de cobrir o rombo das empresas até abril - parte delas não conseguiu contratos suficientes de energia para este ano no leilão realizado no fim de 2013.

Apesar disso, e dos preços elevados do PLD, o governo decidiu não realizar novo aporte na liquidação daquele mês.

Redução

Durante os primeiros meses de 2014, o preço médio da energia no curto prazo ficou no teto estabelecido pelo governo, de R$ 822 por megawatt-hora (MWh), mas agora está em R$ 420 por MWh nos sistemas Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

Na região Sul, o PLD médio está em R$ 15,62 por MWh.

"É difícil calcular esse número porque o preço da energia no curto prazo está oscilando muito", disse Rufino.

"Na região Sul, o preço da energia já está mais baixo, mas no Sudeste ainda é alto, apesar de ser menor do que o verificado no começo do ano. Isso porque o que está coberto pelas tarifas é um preço ainda menor."

O diretor-geral da Aneel lembrou, ainda, que a próxima liquidação do setor deve ocorrer nos dias 8 e 9 de julho, referentes à energia comercializada no mês de maio.

Será a primeira operação após o leilão emergencial que reduziu consideravelmente a exposição das distribuidoras.

Segundo Rufino, se houver alguma decisão do governo no sentido de continuar ajudando o setor, isso será anunciado antes desta data.

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