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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.
Quem ainda nutria esperanças de uma virada da economia em 2003 deverá ficar decepcionado com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre do ano nesta quinta-feira (29/5). As projeções de bancos e consultorias mostram que o primeiro trimestre deste ano não acelerou -e pode ter, inclusive, dado marcha à ré- no ritmo de crescimento do país.
Para o economista-chefe do ABN Amro Asset Management, Hugo Penteado, o PIB de janeiro a março irá registrar um recuo de 0,5% em relação ao trimestre anterior. A variação só não é mais negativa em razão das exportações que, no ano passado, cresceram 7,75% , afirmou Penteado.
Já a consultoria Global Invest estima que não haverá nenhuma variação entre um trimestre e outro. Para o analista econômico Nelson Bastos Carneiro, a estagnação decorre da alta taxa de juros, bandeira do governo federal para a defesa da inflação baixa. O problema é que, assim como o governo anterior, o atual mantém preços indexados. Se o preço da peloa de ferro no mercado internacional disparar, a conta de telefone vai ficar mais cara , disse Carneiro, referindo-se ao fato de o produto integrar o IPA (Índice de Preços por Atacado), que afeta o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) que, por sua vez, é a base para o reajuste da tarifa telefônica.
Como a consultoria, o BBV Banco espera uma variação positiva de 1,3% entre o primeiro trimestre de 2003 e o mesmo período de 2002. Segundo o economista-chefe do BBV, Octavio de Barros, a variação é artificial, em razão de a "base de comparação (o primeiro trimestre de 2002) ser muito deprimida já que, no período, ainda se ressentia dos efeitos do racionamento de energia elétrica".
Já para o PIB anual, a expectativa é um pouco melhor. Veja os indicadores no quadro abaixo:
PIB 2003 | ||
Compare as projeções para o ano feitas pelos bancos: | ||
Instituição | Em dezembro/02 | Em maio/03 |
BBV Banco | 1,4% | 1,9%* |
Global Invest | 1,5% | 1,3% |
ABN Amro | 1,5% | 1,3% |
CSFB | 1,0% | 1,4% |
Ministério da Fazenda | 2,2% | 2% |
* Se não fosse a contribuição do comércio exterior, a projeção ficaria em 0,4%, diz a assessoria econômica do BBV. |