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Analistas de petróleo reagem à morte de Chávez

Após o anúncio da morte do líder venezuelano, os preços da commodity subiram levemente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2013 às 22h35.

Nova York - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu nesta terça-feira após 14 anos no poder, durante os quais remodelou o setor petrolífero do país-membro da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e nacionalizou campos de petróleo operados por estrangeiros.

A produção de petróleo caiu fortemente durante sua era, recuando de cerca de 3,5 milhões de barris por dia quando foi eleito. Depois de anos de declínio, a Venezuela extraiu apenas 2,34 milhões de barris por dia no mês passado, de acordo com um levantamento da Reuters com analistas que acompanham níveis de produção da Opep.

As estimativas do governo venezuelano são mais altas, de produção de cerca de 3 milhões de barris por dia, mas são amplamente desacreditadas em círculos da indústria petrolífera.

Em meio a problemas nas refinarias, a Venezuela também tem importado combustíveis dos Estados Unidos, que continuam sendo grande comprador do petróleo venezuelano.

Os preços do petróleo tiveram leve alta, em cerca de 0,30 dólar o barril, na hora que se seguiu ao anúncio da morte de Chávez na terça-feira.

AMY MYERS JAFFE, ESPECIALISTA EM ENERGIA E GEOPOLÍTICA, UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA EM DAVIS, NOS EUA: "A morte de Chávez pode resultar num período de instabilidade e incerteza política na Venezuela. Isso nunca é bom para exportações de petróleo." "A indústria petrolífera venezuelana enfrentou grandes impasses durante a era Chávez. A Venezuela hipotecou seu futuro e, como o México, depende tanto do petróleo que terá poucas escolhas a não ser fazer tudo que puder para incentivar as exportações." "A Venezuela precisa de dinheiro. O que quer que venha em seguida, não terá o tipo de líder carismático como era Chávez. Terá que levar a sério a reconstrução da indústria de petróleo."

TIM EVANS, ESPECIALISTA EM FUTUROS DE ENERGIA, CITI FUTURES PERSPECTIVE, NOVA YORK: "Eu não acho que ninguém terá grandes ganhos por isso. Se abrir o país para mais investimentos, pode ser uma oportunidade para lucro, mas também é um risco. Chávez não foi o primeiro a nacionalizar as operações petrolíferas na Venezuela." "Houve um ciclo anterior de nacionalização na década de 1970, então o país tem esse histórico de alguns períodos em que o investimento internacional é bem-vindo e encorajado e outros períodos em que o governo da época decide que não gosta dos termos dos investimentos e os retoma." "Então eu não sei quão ansiosas as companhias petroleiras estarão para voltar à Venezuela."


KATHERINE SPECTOR, CHEFE DE ESTRATÉGIA DE COMMODITIES DO CIBC WORLD MARKETS, NOVA YORK: "Minha expectativa é que veremos o status quo, com uma transição para um estilo semelhante de governo com o sucessor de Chávez." "Na remota possibilidade de que vejamos a oposição realizar algum avanço, com uma transição para um governo mais liberal, o principal fator relacionado ao petróleo é que mesmo se alguém no mercado acreditar que isso pode exercer peso sobre os preços com a expectativa de maior oferta, a realidade é que a indústria precisa do tipo de investimento que exige anos, não meses." "Por outro lado, podemos ver alguns operadores de petróleo decidindo que isso poderá elevar os preços ao esperarem que haja um período de instabilidade após a morte de Chávez, mas não acho que essa é a situação mais provável."

JAMES L. WILLIAMS, ECONOMISTA DE ENERGIA, WTRG ECONOMICS, LONDON, ARKANSAS: "A incerteza na Venezuela resultará num aumento no curto prazo nos preços e o que quer que aconteça com os preços em razão dessa incerteza deve desaparecer em 30 a 60 dias se a eleição for pacífica e a transição para um novo governo for bem-sucedida." "Por outro lado, temos as economias ruins na Europa, bastante fraca nos Estados Unidos e a China com uma bolha imobiliária para colocar pressão negativa sobre os preços".

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