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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - Até o fim do ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai impor limites às operações de seis aeroportos brasileiros - Brasília, Confins (MG), Salvador, Fortaleza, Cuiabá e Viracopos (SP) -, a fim de desafogá-los e evitar saturação em horários de pico. Segundo a presidente do órgão regulador, Solange Vieira, as restrições não devem refletir nos preços dos bilhetes, uma vez que esses terminais ainda operam com folga em sua capacidade operacional.
Embora acredite que em 2010 os preços das passagens ficarão estáveis em relação a 2009, a presidente da Anac avalia que a partir de 2011 as tarifas poderão subir, "se os investimentos em infraestrutura não andarem", disse Vieira, durante o Fórum Panrotas Tendências do Turismo, realizado em São Paulo.
Ela procurou dissociar a previsão de preços mais altos a partir de 2011 das medidas restritivas a serem definidas até o fim do ano para alguns aeroportos do País. "Essa medida é para o setor se programar melhor", comentou a dirigente. "A maioria desses aeroportos ainda vai ter muita capacidade de movimento. As restrições vão ser nos horários de pico - deve haver um impacto de uma ou duas horas ao dia", observou Vieira, explicando que, nos casos em questão, não haverá redução da quantidade diária de pousos e decolagens.
Um dos motivos que levam a dirigente da Anac a crer que a medida não elevará os preços das passagens neste momento é que nenhum desses aeroportos está ultrapassando seu limite de operação. A situação desses terminais é diferente, por exemplo, do caso do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, cujas operações foram restritas em dezembro do ano passado, quando esse terminal já operava em algumas horas acima de seu limite - seu movimento por hora caiu de 56 para 45 pousos ou decolagens em horários de pico.
Além disso, as empresas aéreas têm folga em sua taxa de ocupação, o que inibe eventuais elevações de preços neste momento. "Mesmo que a gente estabeleça um limite para o aeroporto, o avião não voa com 100% de ocupação, então tem margem de crescimento para as companhias aéreas." No evento, a presidente da Anac ressaltou que um dos focos de 2010 será a infraestrutura aeroportuária para a aviação de pequeno porte.